A política de reajuste dos
servidores públicos federais em 2022 ainda não está definida, disse hoje
(24) o presidente Jair Bolsonaro. Em entrevista no Palácio da Alvorada,
o presidente disse que vai esperar as próximas semanas para decidir a
distribuição da verba do Orçamento Geral da União do próximo ano para
reajuste ao funcionalismo.
Na última terça-feira (21), o
Congresso Nacional aprovou o Orçamento de 2022 com reserva de R$ 1,7
bilhão para reajuste a forças federais de segurança e cerca de R$ 800
milhões para agentes comunitários de saúde e agentes de combate a
endemias. Segundo Bolsonaro, o governo esperará a situação se acalmar
para definir como será distribuído o dinheiro.
“Me coloco no
lugar deles. Os [cerca de] R$ 2 bilhões, vai ser decidido para quem ir.
Pode ser que parte vá para o pessoal da Receita [Federal], pode ser para
pessoal dos policiais, para ninguém, ou dar menos de 1% para todo
mundo. Deixa acalmar um pouquinho aí que a gente toma a melhor decisão”,
declarou o presidente, em entrevista à imprensa, após a assinatura da
adesão de Goiás ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF).
O presidente se disse solidário à situação salarial dos servidores, mas ressaltou que não pode atender a todos os pedidos por causa do teto federal de gastos e de outras pressões sobre os gastos públicos, como o reajuste para as aposentadorias.
“Todo mundo merece [o reajuste]. Não vou desmerecer, falar que não merece. A folha deles [do pessoal da saúde] ultrapassa R$ 13 bilhões. Vai ter que dar 10% para os aposentados, e o impacto é bastante grande. Nós temos um teto. Esse que é o problema. Governos anteriores não tinham o teto, então não tinham problema”, acrescentou o presidente.
Receita FederalSobre o indicativo de greve aprovado ontem (23) à noite por servidores da Receita Federal, Bolsonaro informou que conversará sobre a situação com o ministro da Economia, Paulo Guedes. Segundo o presidente, a regulamentação do bônus de eficiência pedida pela categoria teria baixo impacto sobre o Orçamento, de cerca de R$ 200 milhões por ano, mas o Ministério da Economia não quis ceder, por causa de limitações como o teto de gastos.
“Da minha parte, teria cedido, porque não é reestruturação, nem nada. É o cumprimento de um dispositivo legal. Não precisa ser tão rígido assim. O governo não é uma empresa. A gente não quer estourar teto, nem fazer nenhuma estrepolia, mas não custava nada atender”, declarou.