Mais uma denúncia envolvendo a eleição da OCB/AL foi repassada a redação do Jornal de Alagoas.
Dessa vez, a atual direção da entidade é acusada de cadastrar
cooperativas que não existem, para garantir votos e se reeleger para o
cargo.
Segundo documento enviado ao Jornal de Alagoas, cinco
cooperativas foram cadastradas na OCB/AL durante os meses de novembro de
2021, fevereiro e março de 2022, tendo o mesmo contador.
Três
cooperativas tiveram seus registros criados no mesmo dia, 4 de março de
2022; Cooperativa do Trabalho de Turismo de Água Branca, Cooplimpinovar -
Cooperativa De Trabalho De Material De Limpeza Inovar e Cooperativa De
Trabalho De Turismo Do Xingó.
Essas e mais duas cooperativas,
criadas nos dias 25 de novembro de 2021 e 23 de fevereiro de 2022, têm
como contador a mesma pessoa: Alberto Luiz, da 3R Contabilidade, com
sede em Maceió, Alagoas. Segundo o perfil no Linkdin, ele faz parte da
empresa desde 2000. A reportagem tentou contato telefônico com todos os
números disponibilizados das cooperativas e nenhum deles é existente,
segundo as operadoras.
Conseguimos contato com Alberto Luiz, que
informou que as cooperativas têm sede e telefones funcionais e que as
informações estão na Junta Comercial, mandando inclusive “se informarem
melhor na hora de fazer uma matéria dessas”.
Porém, os dados da
Redesim (vinculados ao portal Facilita Alagoas, da Junta Comercial) de
consulta ao CNPJ informa que os telefones são os mesmos que a reportagem
recebeu com a denúncia, as cinco cooperativas que tem o funcionário da
3R Contabilidade como contador. Além disso, todas têm o mesmo endereço
eletrônico: o de Alberto Luiz.
Francisco de Souza Irmão, mais
conhecido como Chico da Capial, presidente da Cooperativa Capial,
estranha esse tratamento com novos cooperados enquanto antigos não
conseguem nem o direito ao voto. “Eu estou em dias e não estou tendo
direito de votar, uma cooperativa que tinha mais de 30 anos filiada,
desde que foi feita se filiou a OCB”, disse
Chico também reclama
como uma organização de cooperativas pode ter tão poucos filiados aptos a
votar. “Nós temos que entrar na justiça para possamos ter mais 30 dias
para se regularizar, pra participar. E queremos uma comissão da OCB
nacional para coordenar a eleição”.