Com as fortes chuvas da última terça-feira, 24, alguns rios alagoanos correm o sério risco de transbordarem, outros inundaram e alagaram as cidades, prejudicando e deixando moradores preocupados, e até mesmo desabrigados, como aconteceu na cidade de São Miguel dos Campos, com o Rio São Miguel.
Já na bacia do rio Mundaú em
Alagoas, o Serviço Geológico do Brasil registrou inundação. De acordo
com o monitoramento do órgão federal vinculado ao Ministério de Minas e
Energia (MME), o nível do rio segue subindo e superou a cota de
inundação nas cidades de União dos Palmares e Murici
Desde às 23h
de ontem (24), quando o rio Mundaú atingiu a Cota de Alerta, o Serviço
Geológico do Brasil (SGB-CPRM), por meio da Superintendência Regional de
Recife, vem realizando previsões hidrológicas e divulgando boletins do
Sistema de Alerta Hidrológico (SAH) da Bacia do Rio Mundaú.
O
monitoramento apontou com antecedência que o rio atingiria a cota de
inundação em Alagoas nas cidades de União dos Palmares (4,88m) e Murici
(5,05m). Equipes do SGB-CPRM estão acompanhando a situação nas cidades
alagoanas, realizando a medição do nível do rio em União e também em
Santana do Mundaú.
Vinculado ao Ministério de Minas e Energia
(MME), o SGB-CPRM está emitindo boletins sequenciais e previsões, que
continuam apontando que o rio continuará em elevação nas próximas horas
devido às fortes chuvas que atingem o estado. As informações do
monitoramento estão sendo encaminhadas aos gestores municipais para
subsidiar a tomada de decisões por parte dos órgãos relacionadas à
mitigação dos impactos de eventos hidrológicos extremos, tendo como
principal objetivo salvaguardar a vida da população atingida, sobretudo
as famílias ribeirinhas.
O Sistema de Alerta Hidrológico da
bacia do rio Mundaú possui oito pontos de monitoramento nos rios Mundaú,
Canhoto e Inhumas, com previsão hidrológica para os municípios
alagoanos de União dos Palmares e Murici, beneficiando uma população de
89.064 habitantes. A bacia do rio Mundaú abrange uma área de 4.150km²,
sendo 52% no estado de Pernambuco e 48% em Alagoas. O monitoramento da
bacia conta com o apoio da Agência Pernambucana de Águas e Clima (APAC) e
da Secretaria do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos de Alagoas
(SEMARH).
Todos os dados estão disponíveis para consulta pública
no portal do Sistema de Alerta de Eventos Críticos (SACE), onde estão
reunidas todas as informações disponíveis para cada bacia hidrográfica,
como o monitoramento automático de chuvas e níveis de rios em diversas
estações hidrometeorológicas, os links para os mapas de riscos dos
municípios e todos os boletins de monitoramento e alertas publicados.
Para acompanhar os dados do SACE, basta acessar o link
http://www.cprm.gov.br/sace/mundau.
Como funciona o monitoramento?
Nas
salas de monitoramento do Serviço Geológico do Brasil, as equipes
trabalham com dados que são recebidos a cada 01 hora, por transmissores
via satélite ou GSM instalados nas estações de monitoramento
automáticas. Esses dados são provenientes das estações da Rede
Hidrometeorológica Nacional (RHN), de responsabilidade da Agência
Nacional das Águas (ANA), e operada pelo SGB-CPRM. Tais estações são
dotadas de sensores de nível, que medem a variação nos níveis das águas
com alta precisão, bem como pluviômetros automáticos, capazes de
registrar a quantidade de chuva em intervalos de segundos.
Os
dados são recebidos, consistidos e processados por meio de modelos
hidrológicos elaborados pela equipe do SGB-CPRM, e consolidados em forma
de boletins de monitoramento, enviados às defesas civis estaduais,
municipais, ao Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres
(CENAD), à ANA, ao Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de
Desastres Naturais (CEMADEN) e demais órgãos de interesse. Sempre que há
necessidade, são enviados também boletins de alerta hidrológico, com
informações adicionais de previsões dos níveis dos rios, de forma que os
órgãos atuantes possam se preparar da melhor forma possível para o
evento.
Para a operacionalização dos Sistemas, é importante o
conhecimento dos impactos associados à variação dos níveis dos rios
dentro de cada município, através das chamadas “Cotas de Referência”. No
contexto dos SAHs, as cotas de referência associadas às inundações
graduais seguem as seguintes definições:
- Cota de Inundação: Cota em que o primeiro dano é observado no município
- Cota de Alerta: Possibilidade elevada de ocorrência de inundação
- Cota de Atenção: Possibilidade moderada de ocorrência de inundação
Com informações da Ascom do Serviço Geológico do Brasil.