A produção brasileira de petróleo nos campos da camada
pré-sal deve somar 7,7 bilhões de barris entre 2023 e 2032 dentro do
regime de partilha, com a destinação de 1,9 bilhão de barris para a
União.
A estimativa da Pré-Sal Petróleo (PPSA), empresa ligada ao
Ministério de Minas e Energia, foi apresentada hoje (29) pelo
diretor-presidente da estatal, Eduardo Gerk, durante a abertura do 5º
Fórum Técnico Pré-Sal Petróleo.
O polígono do pré-sal vai do
litoral norte de Santa Catarina até o sul do Espírito Santo, com uma
área exploratória de 149 mil quilômetros quadrados (km²), a uma
profundidade de até 7 mil metros. Nos contratos de partilha, os custos
da operação exploratória são descontados do valor total extraído e o
excedente de óleo que ultrapassar esse valor de custo é partilhado entre
a empresa ou consórcio vencedor da licitação da área e a União.
De
acordo com Gerk, a estimativa se baseia nos 19 contratos já geridos
pela PPSA, somados aos campos de Bacalhau e Tapi, que estão próximos a
entrar em operação, e 80% desse volume vêm de campos que já têm
declaração de comercialidade.
"Nós temos uma impressionante
subida na produção dos poços do petróleo, saindo em 2023 de ordem de 800
mil barris por dia e atingindo perto de 3 milhões de barris por dia lá
por volta de 2029, 2030. Já tínhamos apresentado isso no ano passado e
estamos ratificando esses números. Fizemos a segmentação entre o que já
tem declaração de comercialidade e o que não tem, mas 80% da produção já
está praticamente garantida”.
Ele destacou que a estimativa de
produção total de petróleo no país para 2029 é de 5,4 milhões de barris
por dia, sendo mais da metade disso proveniente do regime de partilha do
pré-sal.
“No próprio ano de 2029, dos 5,4 milhões de barris nós
temos 4,3 milhões vindo de todo o pré-sal. Então, quando a gente chega
no ponto máximo, uma produção de 2,9 milhões nos contratos de partilha
de produção, dos quais a PPSA é responsável por gerir e comercializar
esse petróleo. Desse petróleo todo, a parcela da União chega a um
patamar perto de um milhão de barris por dia em 2031”.
De acordo
com Gerk, com isso a União vai ter uma produção de petróleo diária
comparável a países como China, Colômbia, Reino Unido e Venezuela. Ele
informou, ainda, que a arrecadação prevista com a venda do óleo da União
pode chegar a US$ 29,4 bilhões em 2031, acumulando US$ 157 bilhões até
2023.
“O recolhimento com royalties acumulados será da ordem de
RS$ 100 bilhões até 2032 e com tributos sobre o lucro das empresas a
cifra é da ordem de RS$ 87 bilhões”, completa o executivo. Com isso, as
receitas destinadas aos cofres públicos serão de US$ 344 bilhões na
próxima década.
Os investimentos previstos para o período são de
US$ 72,5 bilhões, com a necessidade de 21 navios-plataforma (FPSO, da
sigla em inglês para Floating Productions Storge and Offloading) e 319
poços, entre produtores, injetores e de exploração.