Após eleição do presidente Lula e do governador Paulo Dantas, o PT de Alagoas ganhou nova musculatura – literalmente.
Com
a eleição de um deputado federal e um estadual, o partido indicou dois
secretários de Estado, além de outros cargos na estrutura do governo de
Alagoas – um espaço proporcionalmente maior que o de outros partidos
aliados de Paulo Dantas.
As indicações de Gino César e Maria José
para Semarh e Semudh, respectivamente, no entanto foram feitas pelo
grupo majoritário no diretório estadual.
De fora das indicações,
os candidatos que tiveram mais votos na disputa fizeram uma carta
dirigida aos filiados ao partido, que “vazou” para a imprensa.
A
carta foi assinada por Judson Cabral, Welton Roberto e Basile
Christopoulos, além de Ronaldo Medeiros. Juntos, eles tiveram 49 dos 64
mil votos nominais da chapa estadual do PT para a Assembleia Legislativa
nas eleições deste ano em Alagoas. O partido somou 72 mil votos. O
restante foi de legenda.
Na carta, os candidatos pediam para
serem “ouvidos” na indicação de cargos. Conseguiram provocar apenas uma
reunião da Executiva do PT em Alagoas, realizada no dia 30 de dezembro
de 2022. No encontro, foram ratificadas as indicações do grupo
majoritário do partido.
Desde então, o que se viu, segundo um
influente interlocutor foi a “exclusão” dos nomes que assinaram a carta,
além de um aparente processo de retaliação.
“Até o deputado
Ronaldo Medeiros passou a ter dificuldades na relação, com a insinuação
de poderiam tomar espaços que ele conquistou junto ao governo muito
antes de voltar ao PT”, diz o interlocutor numa clara referência a
indicações da Arsal.
O interlocutor reconhece que a carta foi um
erro estratégico. “Era um documento interno, que não deveria ter vazado.
O que eles defendiam era espaço para quem foi a luta e ajudou o partido
a eleger um estadual e, principalmente, a eleger um federal. Todos eles
foram fundamentais na eleição do Paulão. Sem eles, nosso deputado não
seria reeleito. Embora o grupo tenha silenciado diante da decisão da
Executiva, o processo de exclusão foi mantido e agora até mesmo o
Ronaldo pode virar alto de retaliação porque foi solidário com os outros
candidatos ao assinar a carta”, pondera.