Ao lecionar em Maceió por dez anos nas maiores e melhores escolas de Alagoas, e, de redes nacionais, Sacramento e Marista, e, ao voltar para Penedo onde ainda ensinei por mais quatro anos, Jean Piaget e Sagrado Coração de Jesus, fiz aulas práticas para mostrar o quanto que nós estamos matando o planeta a cada dia.
Desenvolvi junto aos alunos enquanto professor em Maceió a campanha da coleta seletiva que foi implantada nos bairros da maioria dos estudantes, as bombonas de cores, verde, vermelha, azul e amarela, para identificar o tipo de lixo a ser coletado.
E discutimos o ano todo com os estudantes a questão dos três erres – 3R – que significava Reciclar, Reutilizar e Reduzir, para a preservação do planeta. Isso há vinte e seis anos atrás. E é com pequenos passos que começamos uma longa caminhada.
Na Escola Jean Piaget desenvolvemos a leitura de quantos litros de água as pessoas de cada casa de um aluno gastavam em média por cada banho. O estudante marcava o tempo de chuveiro escorrendo do banho de cada membro da família ao banho sem avisá-los, e depois deixava aquele mesmo tempo de chuveiro aberto para se chegar ao número de litros de água gatos por cada pessoa, usando um balde de vinte litros.
Foi assustador vermos a quantidade de água desperdiçada. Eles mesmos, os estudantes, ficaram perplexos.
Hoje a natureza dá as respostas por meio de enchentes fora de época, chuvas torrenciais por sobre regiões intercaladas geograficamente, pelos abalos sísmicos espalhados pelo mundo, sem se falar que as chuvas atualmente são ácidas. Ácidas de tantas substâncias químicas misturadas ao vapor d'água quando da evaporação, e dos gases que misturamos ao nosso meio ambiente.
As enchentes do rio São Francisco no médio e baixo São Francisco são frutos desses tipos de comportamentos de criar em cada cidade montanhas de resíduos domiciliares – lixo residencial – parte dos quais alguns, seres humanos se apoderam para ainda se alimentarem.
A natureza nos mostra o quanto estamos errando. Mas o brasileiro é assim, nunca desiste; inclusive de acabar com a sua própria casa.
Autor: Raul Rodrigues
Fonte: correiodopovo-al.com.br