O Governo de Alagoas apresentou, nesta terça-feira (4), o
Plano de Acionamento Interistitucional da Quadra Chuvosa para este ano
de 2023. O planejamento foi apresentado pela Defesa Civil Estadual, no
Palácio República dos Palmares, e reuniu representantes de todos os
órgãos que integram o Sistema de Defesa Civil Estadual. O secretário de
Estado da Infraestrutura, Rui Palmeira, representou o governador Paulo
Dantas na solenidade.
Coordenador-geral da Defesa Civil estadual,
o coronel Moisés Melo ressaltou que o planejamento para a quadra
chuvosa 2023 contempla a primeira quinzena de abril à primeira quinzena
de agosto.
“Esse Plano é muito importante, porque define a competência de cada
órgão que integra o Sistema Estadual de Defesa Civil, em caso de
acidentes naturais provocados pelas chuvas. Este ano, a previsão é de
que tenhamos chuvas novamente acima da média em Alagoas, algo parecido
com o que ocorreu no ano passado, porque o solo, principalmente em
Maceió e na região litorânea, está bastante encharcado”, alertou.
No
entanto, o coronel ponderou que uma das boas notícias é de que os 102
municípios alagoanos dispõem de suas Coordenadorias Municipais de Defesa
Civil. “Essa parceria com os municípios é muito importante, porque são
as coordenadorias municipais que dão o primeiro suporte em caso de
fenômeno climático chuvoso acima da média”, completou Moisés Melo.
O
secretário Rui Palmeira, que representou o governador Paulo Dantas na
apresentação do plano, ressaltou que uma das grandes preocupações do
Governo do Estado é reforçar o alerta nas cabeceiras dos rios,
principalmente nos Vales do Mundaú e do Paraíba, onde, historicamente,
ocorrem chuvas intensas e inundações. “No plano de emergência da
Coordenadoria de Defesa Civil Estadual constam ações integradas entre as
várias secretárias estaduais e as comissões municipais para uma
resposta rápida à população”, destacou Palmeira.
Previsão e Oceano Atlântico
O
chefe da Sala de Alerta da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos
Recursos Hídricos, Vinicius Pinho, fez a explanação da previsão da
quadra chuvosa para 2023.
“O ano de 2022 foi bastante atípico em
Alagoas, porque tivemos aquecimento do Oceano Atlântico e fenômenos
climáticos como o La Niña, que agravaram bastante a situação. Mas nossa
previsão é que mesmo sem ter esse fenômeno climático este ano, o Oceano
Atlântico continua bastante aquecido, o que indica que poderemos ter
problemas em 2023, na Costa brasileira, principalmente no Nordeste e no
Sul do país, o que dá indícios de chuvas acima de média entre abril e
julho deste ano aqui em Alagoas”, afirmou Pinho.
Ele explicou
que, à medida que o La Niña perde força, o Oceano Pacífico entra em um
período de neutralidade, onde as águas estão igualmente quentes e frias,
porém esse período deve ser curto. "Como o Oceano Atlântico continua
aquecido, isso significa que na metade Leste do Estado (Litoral, Zona da
Mata e Baixo São Francisco) teremos chuvas mais abundantes, as famosas
ondas de LEER, que transportam umidade e trazem chuva desde a costa da
África", completou Pinho.
O chefe da Sala de Alerta fez também um
breve histórico das situações de desastre naturais em Alagoas, como em
1988, 1989, 2010 e, principalmente, do ano de 2022, quando o Estado teve
uma das maiores médias de precipitação pluviométrica da história. “O
município de Coruripe, por exemplo, teve uma precipitação de 900mm, algo
que cidade nenhuma no planeta suporta”, ressaltou.
A
apresentação do Plano contou ainda com a presença de representantes das
Secretarias de Estado, IMA, Associação dos Municípios Alagoanos (AMA),
Ibama, Cruz Vermelha, Polícias Civil e Militar, Corpo de Bombeiros,
Samu, Exército, Marinha e Aeronáutica, Coordenadorias Municipais de
Defesa Civil, entre outras instituições que integram o Sistema de Defesa
Civil Estadual.
*Com Agência Alagoas