O MST recebeu a notificação do mandado de reintegração da
área de 46 hectares da Embrapa na quinta-feira (20). Em reunião entre
representantes do MST, do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) e
do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) Incra,
ficou definido que a condição para a desocupação é que o governo crie
assentamentos para 800 famílias, em áreas a serem indicadas para
desapropriação em Petrolina e Lagoa Grande (PE). Nos próximos dias, o
movimento confirmou que fará a desocupação gradual da área da Embrapa.
Integrantes do Movimento devem começar a desocupar na próxima semana
áreas pertencentes a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
(Embrapa), em Petrolina (PE), e da empresa multinacional Suzano, em
Aracruz (ES).
No caso das 200 famílias que ocuparam áreas da
Suzano, no Espírito Santo, a desocupação da área de 8.039 hectares será
concluída até o final da semana que vem, seguindo os protocolos legais
necessários para a saída das famílias. O protocolo prevê a definição do
local para onde as famílias serão levadas, a presença de ambulância e
serviços da ação social e de direitos humanos. Em nota, o MST do
Espírito Santo declarou que compreende que tais providências são medidas
necessárias para a preservação da integridade física das famílias
acampadas.
Reunião com ministro da Fazenda
Na última
quinta-feira (20), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, se reuniu com
lideranças do MST. Segundo o coordenador nacional do movimento, João
Paulo Rodrigues, o ministro fez um apelo para que o grupo desocupe as
áreas invadidas da Embrapa, em Pernambuco, e da empresa Suzano, no
Espírito Santo. “Temos um compromisso que nós vamos desocupar a área da
Suzano, e também a área referente à Embrapa. Só estamos procurando um
local para levar as famílias”, disse Rodrigues.
O coordenador do
movimento social também afirmou que o ministro Fernando Haddad prometeu
aumentar de 250 milhões para 400 milhões de reais o orçamento dedicado
ao assentamento de famílias acampadas. Segundo o dirigente do MST,
existem 5 milhões de hectares de devedores da União nas mãos de menos de
mil proprietários que, em conjunto, devem R$ 40 bilhões para o estado
brasileiro.
*Com Agência Brasil