A Procuradoria-Geral da República (PGR) recuou e vai
restringir o pedido de acesso a dados de seguidores do ex-presidente
Jair Bolsonaro nas redes sociais. Em nova petição enviada nesta
segunda-feira (24) ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF)
Alexandre de Moraes, o subprocurador Carlos Frederico Santos, chefe da
investigação dos atos golpistas de 8 de janeiro, pede acesso às
informações de somente 244 denunciados no caso.
Na semana
passada, a solicitação feita pelo subprocurador para acessar dados de
todos os seguidores foi criticado pela defesa de Bolsonaro e por seus
apoiadores políticos. Eles alegaram "tentativa de monitoramento
político".
O objeto da Procuradoria-Geral é saber se os 244
acusados são seguidores de Bolsonaro e reenviaram conteúdos postados
pelo ex-presidente, que passou a ser investigado após publicar, no dia
10 de janeiro, um vídeo que questionava a legitimidade do resultado das
eleições de 2022. A postagem foi apagada após a repercussão do caso, mas
Moraes determinou que as plataformas preservem o material.
Ao
restringir o pedido de acesso à lista completa de seguidores, o
subprocurador alegou que é preciso garantir a celeridade da
investigação. "Visando ao interesse público e à paz social, considerando
ainda a imprescindibilidade de garantir eficiência e celeridade no
andamento das investigações, o Ministério Público Federal requer que
seja desconsiderado o pedido", argumentou.
Se o envio dos dados
for determinado pelo ministro Alexandre de Moraes, as informações vão
embasar as investigações sobre eventuais manifestações de Bolsonaro a
favor dos atos golpistas de 8 de janeiro.