César Lira, superintendente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) em Alagoas, primo de Arthur Lira (presidente da Câmara dos Deputados), responde a uma ação movida pelo Ministério Público Federal (MPF), em que é acusado de desviar diárias “fictícias” de viagem, pagas pelo governo a funcionários terceirizados. A informação é do jornalista Guilherme Amado, do Metrópoles.
César foi nomeado por indicação de seu primo, ainda em 2017, no
governo Michel Temer. Foi quando começou a ter atritos com uma empresa
com a qual a superintendência tinha contrato, a Mega Service.
Segundo
relatos colhidos pela Polícia Federal (PF), o superintendente
pressionou para demitir oito funcionários da Mega Service e contratar em
seu lugar indicados seus. Essas pessoas, ligadas a César, recebiam
diárias que depois eram desviadas, conforme aponta a investigação.
O inquérito na PF deu origem também a uma investigação por crime eleitoral, cujo resultado e andamento atual são sigilosos.
De acordo com os depoimentos, os funcionários eram pagos para fazer viagens enquanto, na realidade, estavam em outros lugares.
Um
e-mail que consta do inquérito cita um caso em que o servidor Cristiano
Dorta, próximo ao superintendente, tinha ordens de serviço para receber
diárias para ir a Branquinha e Japaratinga. “Porém, nessas datas, o
mesmo postou fotos estando em Boa Viagem (Recife) e Maceió”, diz o
documento.
Apenas esse funcionário, Dorta, ganhava em média R$
2,9 mil extras por mês em diárias do governo federal, pagas pelo Incra.
Depoimentos contam que ele postava fotos em lugares diferentes daqueles
que constavam das ordens de serviço, consumindo álcool em horário de
trabalho.