Agosto será especial para quem gosta de observar o céu. O
mês começa e termina com "superluas". A primeira já acontece hoje (1º),
e é conhecida como Superlua do Esturjão.
A segunda, no dia 30, será uma Superlua Azul — nome dado à segunda em um mesmo mês; algo raro, que só se repetirá em 2032.
Nestas duas ocasiões, a lua cheia pode parecer ainda maior e mais
brilhante no nosso céu, pois estará mais próxima da Terra. É um ótimo
momento para observá-la.
Como observar?
Hoje, a Lua nascerá no momento do pôr do Sol, por volta das 17h40.
Dica: Quem tiver uma vista desobstruída poderá acompanhar os dois fenômenos simultaneamente, um em cada lado do céu.
É
muito simples observar. Basta olhar para a direção leste, ou seja, o
lado oposto em que o Sol estiver se pondo, e encontrar a Lua próxima ao
horizonte.
Dica: O melhor momento para observar a Lua é
justamente a primeira hora após nascer, pois ela parece ainda maior,
devido aos referenciais terrestres, como prédios e árvores, e pode
apresentar belas variações de tonalidade (amarelada, alaranjada e até
avermelhada), por causa da interação com a atmosfera.
Quando estiver mais alta no céu, ela continuará igualmente ou até
mais brilhante — mas nos parecerá menor e bem branca, apenas com o pano
de fundo das estrelas. A lua ficará visível até o dia amanhecer,
percorrendo o céu de leste a oeste.
Não é preciso qualquer
instrumento para observar. Mas quem tiver um binóculo, telescópio ou
câmera com zoom, pode enxergar mais detalhes, como as crateras da
superfície lunar, e fazer belos registros.
Dica: Se não conseguir observar hoje, tente amanhã (2), ou mesmo na quinta-feira (3), quando ela ainda estará superiluminada.
O
horário exato em que ela nasce em sua cidade em cada dia pode ser
consultado em apps de observação astronômica, como Stellarium, Star
Walk, Star Chart, Sky Safari ou SkyView.
Superlua do Esturjão
Em antigas tradições, a Lua cheia costumava ser relacionada a
significados culturais e místicos — que não têm qualquer embasamento
astronômico. Povos nativos norte-americanos batizaram todas elas,
associando-as a fenômenos naturais, como estações do ano, plantas e
animais.
Aqui no Brasil, com as estações invertidas em relação ao
hemisfério Norte e outro tipo de fauna e flora, a maioria desses nomes
não faz sentido. De qualquer forma, são metáforas interessantes.
"Lua
do Esturjão" é o apelido que algumas dessas culturas deram para a Lua
cheia de julho, época em que estes animais costumam aparecer nos lagos.
Esturjão é uma espécie rara e enorme de peixe de água doce, com
aparência pré-histórica, que virou alvo humano por produzir o verdadeiro
caviar.
Já "Superlua" é o nome popular para quando a fase da Lua
cheia coincide ou é bem próxima ao seu perigeu — o momento em que nosso
satélite está mais perto da Terra naquele mês. Isso faz com que ela
apareça até 15% maior e 30% mais brilhante, mas isso quase não é
perceptível ao nosso olhar.
Durante o perigeu, a Lua chega a
aproximadamente 360 mil quilômetros da Terra; no apogeu, o ponto mais
afastado, a distância é de cerca de 400 mil quilômetros. Se o apogeu
coincide com a Lua cheia, temos uma microlua, o posto da superlua.