Alagoas voltou ao lugar mais alto do pódio numa
importante olimpíada de conhecimento. É que, nesse final de semana, três
alunos de uma escola particular da capital venceram a 15ª edição da
Olimpíada Nacional de História do Brasil (ONHB), promovida pela
Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). A competição abordou o tema
‘A questão indígena no Brasil’, reunindo 120 mil participantes de
várias regiões do país.
Composta pelos estudantes Gabriel
Guttenberg, Telmo Calheiros e João Victor Barbosa, a equipe ‘Memórias
Póstumas’ elaborou uma dissertação sobre o racismo contra os indígenas. A
prova aconteceu no sábado (16), e a coroação veio no dia seguinte,
quando os vencedores foram anunciados em solenidade que também reuniu
representantes do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI),
bem como do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e
Tecnológico (CNPQ).
Participaram da olimpíada estudantes dos 8º e
9º anos do Ensino Fundamental e do Ensino Médio de escolas públicas e
particulares, distribuídos em grupos compostos por três alunos e um
professor de História. Foram seis fases online, cada qual tendo duração
de uma semana, com as provas dessas etapas incluindo questões de
múltipla escolha e tarefas que estimulam, além da pesquisa, o debate
argumentativo.
Professora de História da equipe alagoana, Marina
Moreira não esconde a satisfação e o orgulho, recordando o início da
preparação e valorizando o empenho dos estudantes da 2ª série do Ensino
Médio.
“Tudo começou ainda em janeiro. É muito gratificante ver a
evolução desses meninos. Eles eram tímidos e tinham receio de se
posicionar porque achavam que não seriam ouvidos, que a opinião deles
sobre temas relevantes não importava. Porém, ao longo do processo, eles
foram percebendo o valor que têm. Afinal, tão importante quanto conhecer
a obra de um filósofo, por exemplo, é saber argumentar, é expor aquilo
que se pensa”, afirmou a professora, lembrando, ainda, um desafio
inesperado.
“E os meninos precisaram se superar mais uma vez.
Isso porque nós treinamos a dissertação com sessenta linhas, mas, na
hora ‘h’, eles tiveram que resumir o conteúdo a vinte e seis,
demonstrando uma resiliência e um poder de síntese extraordinários para
surpreender a todos com muita criticidade. Vê-los em êxtase com a
vitória foi emocionante, uma experiência incrível. Isso sem falar na
oportunidade de se conhecer pessoas e culturas diferentes durante o
evento”, reforçou Marina.
Entre os medalhistas, João Victor
Barbosa era o mais entusiasmado. O jovem, inclusive, foi recebido com
festa no Aeroporto Internacional Zumbi dos Palmares, em Maceió. Logo
após a conquista, ainda em Campinas-SP, ele admitiu que sua equipe não
esperava o título. “Apesar de ter sido uma prova diferente daquela que
imaginávamos, conseguimos usar o repertório que já havíamos estudado.
Nem dá para acreditar. Estamos muito felizes”, disse João Victor.