Uma parceria envolvendo diversas frentes vai nortear uma
ação de reinserção voltada a detentos do sistema prisional, que vão
aprender a cultivar peixes. O projeto chamado de “Recomeços: Aquicultura
para Ressocialização” será montado na penitenciária de Maceió, em
Alagoas — a tilápia produzida por eles inclusive vai abastecer o
refeitório do complexo prisional.
O projeto foi lançado na
última sexta-feira (18), e será realizado pelo Ministério da Pesca e
Aquicultura (MPA) em parceria com o governo do Estado e a Universidade
Federal de Alagoas (UFAL). Tecnicamente, o sistema a ser implantado é o
cultivo de tilápia em aquaponia sustentável — isto é, a água dos tanques
é reaproveitada, inclusive com a integração da produção de peixes e
hortaliças, com recirculação de água e nutrientes.
O objetivo é
dar aos detentos uma alternativa profissional durante e após o
cumprimento da pena. Além, claro, de difundir e ampliar conhecimentos em
piscicultura. O Ministério da Pesca e Aquicultura aportou R$ 450 mil
provenientes do orçamento da Secretaria Nacional de Aquicultura.

A Universidade Federal de Alagoas desempenhará um papel
colaborativo, ao fornecer os alevinos de tilápia e as mudas de alface,
produzidos no Núcleo de Piscicultura dentro da própria universidade. A
UFAL também será responsável por treinar e orientar os detentos no
manejo e utilização do sistema, além de emitir certificados para os
cursos.
A Secretaria de Ressocialização e Inclusão Social
(Seris) acompanhará e apoiará esse processo. Será encarregada de
monitorar e controlar o programa, estabelecendo diretrizes para seu
funcionamento no sistema prisional alagoano. Isso garantirá a segurança
dos participantes e a integração das atividades com o trabalho e a
educação dos detentos.
Após a implementação do sistema, é
estimada a produção mensal de aproximadamente 200kg de peixe e 1.728 pés
de alface. Isso resultará em uma oferta anual de 1.504kg de peixe e
20.736 pés de alface.