Pela segunda semana seguida, a previsão do mercado
financeiro para o crescimento da economia brasileira este ano subiu,
passando de 2,31% para 2,56%. A estimativa está no boletim Focus de hoje
(4), pesquisa divulgada semanalmente pelo Banco Central (BC) com a
projeção para os principais indicadores econômicos.
Para o
próximo ano, a expectativa para o Produto Interno Bruto (PIB - a soma
dos bens e serviços produzidos no país - é de crescimento de 1,32%. Para
2025 e 2026, o mercado financeiro projeta expansão do PIB em 1,9% e 2%,
respectivamente.
Superando as projeções, no segundo trimestre do
ano a economia brasileira cresceu 0,9%, na comparação com os primeiros
três meses de 2023, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE). Na comparação com o segundo trimestre do ano
passado, a economia brasileira avançou 3,4%.
O PIB acumula alta de 3,2% no período de 12 meses. E no semestre, a alta acumulada foi de 3,7%.
Inflação
Já
a previsão para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) -
considerada a inflação oficial do país – teve elevação de 4,9% para
4,92%. Para 2024, a estimativa de inflação ficou em 3,88%. Para 2025 e
2026, as previsões são de 3,5% para os dois anos.
A estimativa
para este ano está acima do teto da meta de inflação que deve ser
perseguida pelo BC. Definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), a
meta é de 3,25% para 2023, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto
percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é 1,75% e
o superior 4,75%.
Segundo o BC, no último Relatório de Inflação, a chance de a inflação oficial superar o teto da meta em 2023 é de 61%.
A
projeção do mercado para a inflação de 2024 também está acima do centro
da meta prevista, fixada em 3%, mas ainda dentro do intervalo de
tolerância de 1,5 ponto percentual.
Em julho, influenciado pelo
aumento da gasolina, o IPCA foi de 0,12%, segundo o IBGE. A taxa ficou
acima das observadas no mês anterior (-0,08%) e em julho de 2022
(-0,68%). Com o resultado, a inflação oficial acumula 2,99% no ano. Em
12 meses, a inflação é de 3,99%, acima dos 3,16% acumulados até junho.
Taxa de juros
Para
alcançar a meta de inflação, o Banco Central usa como principal
instrumento a taxa básica de juros - a Selic - definida em 13,25% ao ano
pelo Comitê de Política Monetária (Copom). Diante da forte queda da
inflação, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC, iniciou, no mês
passado, um ciclo de redução da Selic.
A última vez em que o
Banco Central tinha diminuído a Selic foi em agosto de 2020, quando a
taxa caiu de 2,25% para 2% ao ano, em meio à contração econômica gerada
pela pandemia de covid-19.
Depois disso, o Copom elevou a Selic
por 12 vezes consecutivas, num ciclo que começou em março de 2021, em
meio à alta dos preços de alimentos, de energia e de combustíveis, e, a
partir de agosto do ano passado, manteve a taxa em 13,75% ao ano por
sete vezes seguidas.
Para o mercado financeiro, a expectativa é
de que a Selic encerre 2023 em 11,75% ao ano. Para o fim de 2024, a
estimativa é que a taxa básica caia para 9% ao ano. Já para o fim de
2025 e de 2026, a previsão é de Selic em 8,5% ao ano para os dois anos.
Demanda
Quando
o Copom aumenta a taxa básica de juros, a finalidade é conter a demanda
aquecida, e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos
encarecem o crédito e estimulam a poupança. Mas, além da Selic, os
bancos consideram outros fatores na hora de definir os juros cobrados
dos consumidores, como risco de inadimplência, lucro e despesas
administrativas. Desse modo, taxas mais altas também podem dificultar a
expansão da economia.
Quando o Copom diminui a Selic, a tendência
é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao
consumo, reduzindo o controle sobre a inflação e estimulando a atividade
econômica.
Por fim, a previsão do mercado financeiro para a
cotação do dólar está em R$ 4,98 para o fim deste ano. Para o fim de
2024, a previsão é de que a moeda americana fique em R$ 5.