O Governo Federal, através do Ministério da Saúde (MS),
anunciou que o imunizante contra dengue será incorporado ao Calendário
Nacional de Vacinação do Sistema Único de Saúde (SUS) a partir do ano de
2024. A vacina, que tem eficácia comprovada, será inicialmente
disponibilizada em regiões consideradas críticas em número de casos da
doença e, posteriormente, será ofertada em larga escala, quando, então,
chegará a Alagoas.
O MS divulgou que estão previstas a
distribuição de 5 milhões de doses em 2024, entre fevereiro e novembro,
sendo a definição das estratégias de vacinação divulgadas na primeira
quinzena do próximo ano. O esquema vacinal é composto por duas doses,
sendo destinada a pessoas de 4 a 60 anos de idade, independentemente de
exposição prévia.
O imunizante, que recebeu o nome Qdenga, tem
registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), com
indicação para prevenção de dengue causada por qualquer sorotipo do
vírus. A vacina é aprovada para a prevenção da dengue nos países da
União Europeia (UE)/Espaço Económico Europeu (EEE) - incluindo todos os
Estados-Membros da UE e Irlanda do Norte, bem como países do EEA
(Islândia, Liechtenstein, Noruega) e Grã-Bretanha. Nestes países a
orientação é vacinar os viajantes para áreas endêmicas.
“O
Ministério da Saúde avaliou a relação custo-benefício e a questão do
acesso, já que em um país como o Brasil é preciso ter uma quantidade de
vacinas adequada para o tamanho da nossa população. A partir do parecer
favorável da Conitec [Comissão Nacional de Incorporações de Tecnologias
no SUS], seremos o primeiro país a dar o acesso público a essa vacina,
como um imunizante do SUS”, ressaltou a ministra da Saúde, Nísia
Trindade.
Esperança
Para o secretário de
Estado da Saúde, Gustavo Pontes de Miranda, o anúncio da incorporação
da vacina contra a dengue no Calendário Nacional de Vacinação representa
uma grande esperança na luta contra a doença. Isso porque, segundo ele,
além das ações de prevenção, que vão desde campanhas educativas sobre
medidas sanitárias, passando pela identificação e combate aos focos de
reprodução do mosquito Aedes aegypti, transmissor da doença, a vacina é
mais uma forma de proteger a população.
A adição da vacina contra
a dengue ao leque de imunizantes que o SUS já oferece representa um
esforço do Governo Federal para ampliar a proteção e qualidade de vida
de toda a população. Esta iniciativa, que deve ser comemorada e
aplaudida por todos, conta com todo o apoio da gestão estadual de saúde e
do Governo de Alagoas, através do nosso gestor, o governador Paulo
Dantas”, destacou Gustavo Pontes de Miranda.
A Doença
A
dengue é um arbovírus transmitido pela picada da fêmea do mosquito
Aedes aegypti e possui quatro sorotipos diferentes (DENV-1, DENV-2,
DENV-3 e DENV-4). Entre os principais sintomas da doença estão febre
alta igual ou superior a 38°C, dor no corpo, nas articulações e atrás
dos olhos, além de mal-estar, falta de apetite, dor de cabeça e manchas
vermelhas no corpo.
Também podem acontecer erupções e coceiras
na pele. A forma grave da doença inclui dor abdominal intensa e
contínua, náuseas, vômitos persistentes e sangramento de mucosas. Em
casos suspeitos de dengue, o paciente deve procurar as Unidades Básicas
de Saúde (UBSs), gerenciadas pelas Secretarias Municipais de Saúde
(SMSs).
Conforme dados do Sistema de Informação de Agravos de
Notificação do Ministério da Saúde (SINAN/MS), de janeiro a novembro
deste ano foram notificados 3.771 casos de dengue, contra 41.192 no
mesmo período do ano passado. Com relação aos óbitos, foram três este
ano e 21 no mesmo período de 2022.