Mais de 1 ano cobrando. O Mercado do
Benedito Bentes ainda não foi reaberto. As tendas da Prefeitura de
Maceió, utilizadas como refúgio “temporário” para os comerciantes, estão
em estado precário, sem a estrutura adequada para o comércio de
alimentos como carnes, peixes e frios. Feirantes reclamam do serviço
disponibilizado e pedem que o Mercado volte a funcionar “o mais rápido
possível”.
Seu “Bel” (58), como é conhecido, é permissionário e possui uma loja
de roupas e artigos esportivos na área que permaneceu aberta do Mercado.
Ele conversou com a reportagem e disse estar preocupado com a confusão
feita pela Prefeitura de Maceió.
“Até agora não veio ninguém
conversar de verdade com a gente, eles só vem “boatar” [criar boatos],
sobre a reforma, já disseram até que vão derrubar o mercado e assim, a
gente só fica esperando e nada. Agora, dinheiro pra reformar as praças
lá de baixo [parte baixa de Maceió] tem”.
Segundo o comerciante,
representantes da Prefeitura de Maceió já visitaram o local e mostraram
um projeto do suposto novo mercado. Entretanto, logo após, sumiram.
“Disseram
que ia abrir, aí disseram que não ia abrir e na verdade nada fazem,
isso já era pra estar aberto. Quando um homem quer resolver algo ele
resolve, não fica dizendo uma coisa e depois diz outra”.
Bel
ainda criticou a gestão municipal, pela demora em solucionar o problema
que afetou o dia a dia da região. Segundo ele, as tendas instaladas no
estacionamento da região atrapalham o fluxo de clientes, o que dificulta
ainda mais a sobrevivência de quem depende do local para custear a
vida.
“Antes já não era bom, agora com essas tendas aí, ninguém
vem pra cá, ninguém quer vir comprar, tá todo mundo na mesma situação
aqui”.
De acordo com Daniel Herculano (53), Presidente da
Comissão dos Comerciantes da Feira Livre e Mercado Público do Benedito
Bentes, a Prefeitura de Maceió disse que as obras teriam início ainda em
janeiro de 2024.
“Surgiu uma história de que iam demolir o
Mercado, reunimos um pessoal e fomos pedir para que reformasse e não
demolisse, porque pra restaurar já é difícil, imagina pra demolir e
construir outro? A secretaria disse que em janeiro as obras iriam
começar, estamos aguardando”, indagou Daniel.
O presidente da
comissão dos comerciantes também falou sobre as consequências do
fechamento do Mercado. Segundo ele, o problema afetou não somente aos
atingidos diretamente, mas todos os negócios que cercam o Mercado foram
prejudicados.
“Afetou não só os permissionários do Mercado, os
feirantes aqui da Feira Livre também, a gente teve uma queda no número
de pessoas que compram aqui, não tenha dúvidas que atrapalhou demais
mesmo e estamos aguardando para ver se isso se resolve”
Daniel afirmou que os reparos da parte do teto que desabou já foram
feitos, entretanto, o ambiente não foi liberado para os permissionários
retornarem, sem motivo aparente.
Situação desumana
Maria Margarida (54) é comerciante de frutas e verduras na Feira Livre, localizada ao lado do Mercado. De acordo com ela, a Prefeitura de Maceió tratou os comerciantes da região "pior que cachorro", por não disponibilizarem banheiros funcionais para os feirantes, que receberam somente dois banheiros químicos, que já estão inutilizáveis.
O
Mercado permanece aberto, para funcionamento administrativo e de outras
alas que não foram afetadas pelo desabamento do teto, porém, os
banheiros do estabelecimento não podem ser utilizados por todos.
"O banheiro tá só pela hora da morte, é pra todo mundo, não dá pra usar, estão tratando a gente pior que cachorro"
Ao entrarmos em contato com a Secretaria de Comunicação da Prefeitura de Maceió (Secom), o Jornal de Alagoas não recebeu resposta sobre a reabertura do Mercado Público do Benedito Bentes e quais operações serão realizadas no local, neste ano de 2024.