Professor Abel Galindo - Foto: Reprodução
A CPI da Braskem faz reunião na terça-feira (5), às 9h, para ouvir três
depoentes. Um deles é o engenheiro civil Abel Galindo Marques, professor
aposentado da Universidade Federal de Alagoas (REQ 14/2024).
Autor dos três requerimentos de convocação, o relator da comissão
parlamentar de inquérito, senador Rogério Carvalho (PT-SE), aponta que
Abel Galindo foi um dos primeiros profissionais a alertar sobre
possibilidade de desabamento do teto de uma das minas escavadas pela
Braskem para lavra de sal-gema em Maceió.
A CPI também vai ouvir o ativista José Geraldo Marques, doutor em ecologia (REQ 15/2024).
De acordo com Rogério Carvalho, Marques é uma das vítimas da evacuação
dos bairros atingidos pela mineração da Braskem. Ele teria sofrido
pressões e ameaças por se opor à instalação da empresa Salgema, ligada à
Braskem, e enfrentado muitas reações por criticar a decisão do governo
da época pela implantação da indústria. José Geraldo e Abel Galindo são
autores do livro Rasgando a Cortina de Silêncios: o lado B da exploração
de sal-gema em Maceió.
A engenheira Natallya de Almeida Levino,
professora da Universidade Federal de Alagoas, também será ouvida pela
CPI na terça-feira (REQ 16/2024).
Segundo o requerimento, a professora é coordenadora de uma pesquisa
sobre as dimensões econômica, social e ambiental da subsidência
(movimento, relativamente lento, de afundamento de terrenos) que atinge
cinco bairros de Maceió.
Diretor da ANM e geólogo
Na
quarta-feira (6), às 9h, a CPI volta a se reunir para ouvir dois
depoentes. Um deles é o diretor-geral da Agência Nacional de Mineração
(ANM), Mauro Henrique Moreira Sousa. O outro depoente é o geólogo Thales
Sampaio, aposentado da Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais
(CPRM).
Os requerimentos para a convocação de Thales Sampaio (REQ 43/2024) e de Mauro Sousa (REQ 40/2024)
foram apresentados pelo senador Rodrigo Cunha (Podemos-AL). Segundo o
senador, os depoimentos dos convocados vão contribuir com os trabalhos
da comissão. As duas convocações foram aprovadas em meio a vários outros requerimentos para oitivas na CPI.
—
Thales Sampaio é uma pessoa que foi determinante para que se
conseguisse responsabilizar a empresa Braskem. Ele fez um laudo técnico,
passou vários meses morando em Maceió, reuniu tecnologia do mundo
inteiro e teve a responsabilidade de colocar no papel o que estava
acontecendo. Começando com ele aqui, para que ele faça esse resgate
histórico, ele colocará todos nós na mesma página — registrou Rodrigo
Cunha.
Afundamento do solo
A CPI, que tem o senador Omar
Aziz (PSD-AM) como presidente, foi criada por meio de requerimento do
senador Renan Calheiros (MDB-AL) para investigar os efeitos da
responsabilidade jurídica e socioambiental da mineradora Braskem no
afundamento do solo em Maceió.
Com 11 membros titulares e 7 suplentes, a comissão tem até o dia 22 de maio para funcionar e limite de gastos de R$ 120 mil.