Concurso unificado: governo trabalha para garantir segurança na prova - Foto: Arte/EBC
O Concurso Público Nacional Unificado (CPNU) será realizado neste domingo (5), em dois turnos, em 228 municípios de todos os estados brasileiros, mais o Distrito Federal. O Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI), organizador do certame, em colaboração com a Fundação Cesgranrio, contratada para realização do concurso unificado, tem supervisionado as diferentes etapas para garantir o sucesso na aplicação das provas e na seleção dos candidatos mais qualificados para ocupar uma das 640 vagas ofertadas pelos 21 órgãos federais nesta primeira edição.
Em entrevista à Agência
Brasil, o coordenador-geral de Logística do CPNU no MGI, Alexandre
Retamal, destacou aspectos prioritários da organização nos dias que
antecedem o concurso: segurança para garantir integridade e sigilo;
infraestrutura acessível a todos; logística eficiente de distribuição e
retorno dos cadernos de provas; comunicação clara; transparência para
garantir imparcialidade e equidade no processo; uso de tecnologia para
agilizar processos e reprimir fraudes e vazamentos.
Entre eles, a
segurança é destacada como a principal, para garantir a integridade,
lisura e sigilo das provas e, igualmente, evitar vazamentos e fraudes no
concurso unificado.
Segurança x fraudes
O
MGI tem destacado que, desde o planejamento até a divulgação dos
resultados, conta com a experiência de 25 anos do Instituto Nacional de
Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) do Ministério da
Educação (MEC), na aplicação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem),
que inspirou o CNPU.
Em relação à segurança e à inteligência, o
MGI ampliou os protocolos de segurança que já existiam da aplicação do
Enem, com apoio da Secretaria Nacional de Segurança Pública do
Ministério da Justiça e Segurança Pública, da Polícia Federal (PF), da
Polícia Rodoviária Federal (PRF), com a participação da Agência
Brasileira de Inteligência (Abin), da Força Nacional Força Nacional de
Segurança Pública (MJSP) e dos Correios.
“Todos esses órgãos, em
conjunto, atuam para a gente garantir, desde a vigilância nos locais de
elaboração das questões de prova do concurso, impressão e a distribuição
das provas fazendo a escolta e a vigilância junto com os Correios. Além
disso, está sendo feita a vigilância nos armazéns onde as provas
estarão até o dia da prova e a escolta nos estados até os locais de
aplicação”, destaca o coordenador-geral.
“Tudo que a gente puder
fazer para garantir a segurança e a lisura do certame nós já estamos
fazendo para que os candidatos possam chegar, no dia de prova, e fazer o
seu melhor sem ficar preocupado se outras pessoas serão beneficiadas
por esquemas fraudulentos”, reiterou Alexandre Retamal.
No dia da prova
No
domingo, serão mais de 75,7 mil salas de aplicação das provas,
distribuídas em 3.665 locais de aplicação, como escolas e universidades,
localizados em 228 municípios. O coordenador do CPNU destaca que todos
os locais de aplicação contarão com vigilância e rondas para garantir a
segurança. O MGI planeja instalar, em pontos indicados pela Polícia
Federal, detectores de metal e de pontos eletrônicos, principalmente,
próximos aos banheiros dos locais das provas. O objetivo é impedir o uso
fraudulento da tecnologia para contato externo e repasse ilegal de
respostas das questões do concurso. “Justamente, para impedir a atuação
de quadrilhas e organizações criminosas que usam deste artifício dos
pontos eletrônicos com os candidatos na tentativa de burlar ao
concurso.”
Alexandre Retamal orienta o candidato que, ao entrar
no local de prova, entre as 7h30 e as 8h30 de domingo, deve portar
apenas o cartão de confirmação, um documento de identidade com foto,
caneta preta de material transparente. Além disso, pode levar água em
garrafa transparente e alimentação em embalagens fechadas.
No
momento da aplicação das provas objetivas e dissertativas, nos dois
turnos de domingo, todos os candidatos serão orientados a desligarem e
guardarem dentro de um envelope lacrado os equipamentos com qualquer
componente eletrônico, como celulares, chaves com alarme, calculadoras e
relógios. Também estão proibidos os portes de relógios de qualquer
natureza, pendrives, mp3 player, fones de ouvido agendas eletrônicas,
gravadores, e microcomputadores portáteis e outros sob pena de
eliminação do candidato.
“É importante que os candidatos atendam
às orientações dos fiscais de sala e evitem levar qualquer tipo de
anotação, qualquer tipo de material que possa ser identificado como cola
ou algum item escuso para que não haja surpresas”, adverte Retamal. A
tentativa de fraude em um concurso público configura crime, conforme o
Código Penal Brasileiro, e pode resultar em pena de um a cinco anos de
prisão.
Pós-prova
Outras medidas de
segurança que serão adotadas pelos fiscais de sala, durante a aplicação
das provas, consistem na coleta de digitais de todos os participantes e
no exame grafológico, quando o candidato terá que reescrever uma frase
impressa no próprio cartão-resposta por recomendação da Polícia Federal.
“Também fizemos uma parceria com a Polícia Federal para depois, quando
os candidatos forem aprovados no concurso, os agentes verificarem se
aquele candidato que fez a prova é o mesmo que fez a inscrição, por meio
daquela coleta de digitais e do exame grafológico”, aponta o
coordenador do CNPU.
Um acordo com o MEC possibilitará a
confirmação da veracidade e da validade de diplomas de graduação e
documentos apresentados pelos aprovados no concurso no momento da prova
de títulos e da efetiva posse da vaga.
Desde esta terça-feira
(30), uma força-tarefa da Advocacia-Geral da União (AGU) também tem
trabalhado em regime de plantão judicial para dar segurança jurídica à
realização do CPNU. De acordo com o MGI, os 121 membros da AGU
trabalharão de forma estratégica em eventuais ações judiciais para que
não causem instabilidades no processo seletivo, sobretudo no domingo. O
plantão judicial será mantido até 9 de maio.
Colaboradores
O
Concurso Nacional Unificado envolverá cerca de 215 mil funcionários na
segurança, transporte e aplicação das diferentes provas do certame. O
número representa, em média, 10% do total de inscritos no Enem dos
Concursos, que tem mais de 2,1 milhões de candidatos inscritos.
“Este
é o contingente de pessoas [215 mil] que nós estamos organizando para
participar da aplicação, desde o planejamento até toda a parte da
elaboração de provas, distribuição de provas, aplicação, depois a
logística de reversa e correção”, diz o coordenador de Logística do
concurso.
Em um concurso público, a logística de reversa controla
o fluxo de retorno das provas, que não poderão ser levadas pelos
candidatos, e dos cartões-resposta dos candidatos aos locais de
correção.
O MGI explica que, para todo o ciclo de planejamento e
realização deste que é o maior concurso público realizado no Brasil para
preenchimento de vagas no Executivo federal, foi necessária a
contratação de colaboradores para atender à demanda de candidatos.
Dúvidas
Até
sábado (4), véspera da aplicação das provas, a Fundação Cesgranrio
mantém canais de comunicação para tirar dúvidas, por exemplo, sobre os
locais de provas, vagas reservadas ou tratamento diferenciado. O contato
pode ser feito pelo telefone 0800 701 2028, de 9h às 17h, de segunda a
domingo, ou pelo e-mail cpnu@cesgranrio.org.br
Serviço
Provas do Concurso Público Nacional Unificado (CPNU)
Data: domingo, 5 de maio de 2024;
Horários:
manhã - portões abrem às 7h30, fecham às 8h30. Início da prova às 9h;
tarde - portões abrem às 13h, fecham às 14h. Início da
prova às 14h30.
Os candidatos não poderão sair dos locais de prova com o caderno de questões por medida de segurança.