Vale do Taquari: Exército vai refazer travessias levadas pelas cheias - Foto: Reprodução
O Exército vai refazer as passarelas
flutuantes para pedestres que foram instaladas em rios do Vale do
Taquari, no Rio Grande do Sul. O estado enfrenta a maior tragédia
climática de sua história, atingido por chuvas e enchentes desde o fim
do mês de abril.
As pontes originais foram destruídas com as
correntezas provocadas pelas primeiras chuvas e o Exército improvisou as
passadeiras – como são chamadas as travessias improvisadas com
passarela de madeira sobre botes. Essas passadeiras, por sua vez,
cederam com as fortes chuvas da última quinta-feira (23).
“Menos
de 24 horas depois do rompimento de três passarelas flutuantes, unidades
de Engenharia do Exército mobilizaram-se rapidamente e já enviaram
novas estruturas para a substituição e garantia do bem-estar da
comunidade”, informou o órgão.
As novas travessias vêm de
unidades militares de São Borja (RS), Tubarão (SC) e Palmas (PR) e serão
instaladas assim que as condições de segurança dos rios e climáticas
permitirem. O rompimento ocorreu nas passadeiras entre Lajeado e Arroio
do Meio, localizadas no Rio Forqueta; e em Candelária, no Rio Pardo.
Durante
a manhã deste sábado (25), o Exército realizou a preparação da margem
do Rio Forqueta para o acesso de pedestres e embarcações. Ao meio-dia,
os militares iniciaram a travessia dos moradores em botes,
restabelecendo o fluxo no local. “A colocação das novas passadeiras
ainda depende de melhorar as condições da correnteza do rio”, informou.
Fluxo intenso
No
último domingo (19), a reportagem da Agência Brasil percorreu parte do
Vale do Taquari e registrou a movimentação de pessoas na passarela
montada próxima ao local onde ficava a ponte da rodovia estadual RS-130,
entre Lajeado e Arroio do Meio.
O fluxo de pessoas que
atravessava de um lado para outro era intenso, em procedimento
organizado por militares do Exército. É obrigatório atravessar com
coletes salva-vidas.
Como a passarela é estreita, de "mão única",
os grupos de cada margem são liberados de forma alternada. Pessoas
idosas, com mobilidade reduzida e crianças têm ainda mais dificuldade,
já que a travessia exige que se desça pelo barranco íngreme
escorregadio, encharcado pela chuva.
No último sábado (18), o
governador Eduardo Leite anunciou a construção de uma nova ponte no
local, que deve custar cerca de R$ 14 milhões e levar mais de 180 dias
para ser erguida.
De acordo com o último balanço da Defesa Civil
do estado, divulgado na manhã de hoje, 165 mortes foram confirmadas até o
momento. Há 64 pessoas desaparecidas e 581.638 ficaram desalojadas. Ao
todo, 55.791 pessoas encontram-se em abrigos temporários espalhados pelo
estado.
*Com Agência Brasil