Plano Safra 2024/25 - Foto: Reprodução
O Governo Federal anunciou recursos na ordem de R$ 400,59 bilhões
para apoiar a produção agropecuária Nacional por meio do Plano Safra
Agricultura e Pecuária 2024/2025, e outros R$ 76 bilhões para o Plano
Safra da Agricultura Familiar.
Os valores cresceram 10% para a
agricultura empresarial em relação ao período anterior, e 6,2% para a
agricultura familiar. As cerimônias de lançamento foram realizadas no
Palácio do Planalto e contaram com a participação de representantes do
Sistema OCB.
“É importante reconhecer os esforços do governo
federal para manutenção da estrutura atual de financiamento do crédito
rural e elevação de recursos, porém frente as taxas de juros divulgadas é
preciso reforçar os aspectos de gestão e governança para tomar a melhor
decisão em relação à tomada de crédito rural”, afirmou o presidente da
entidade, Márcio Lopes de Freitas.
Do total de recursos
disponibilizados à agricultura empresarial, R$ 293,3 bilhões serão
destinados ao custeio e comercialização. Outros R$ 107,3 bilhões serão
para investimentos. Também foram anunciados R$ 108 bilhões para serem
aportados em Cédula de Produto Rural (CPR) por meio de recursos das
Letras de Crédito do Agronegócio (LCA). As taxas de juros divulgadas até
o momento ficaram entre 7% e 12% ao ano, praticamente estagnadas em
relação à safra anterior. Para o cooperativismo, um destaque importante é
a ampliação dos limites das cooperativas para R$ 200 milhões para
acesso ao Programa de Construção e Ampliação de Armazéns (PCA).
Cooperativas se destacam
O
Sicredi disponibilizará R$ 66,5 bilhões aos produtores rurais no Plano
Safra 2024/2025. O valor representa um aumento de 17% em relação ao
concedido no ano-safra anterior e a previsão é de liberação em mais de
353 mil operações atendendo, majoritariamente, pequenos e médios
produtores. O Sicredi é, atualmente, a segunda maior instituição
financeira do Brasil em carteira agro, totalizando R$ 87,4 bilhões em
saldo.
Para a agricultura familiar o Sicredi vai oferecer R$
13,6 bilhões e, para os produtores de médio porte, outros R$ 15,6
bilhões. Cerca de 90% do total de operações do Sicredi previsto para
este ano-safra será destinado a pequenos e médios produtores. Para os
demais produtores, o volume disponibilizado é de R$ 16,8 bilhões. Um dos
grandes diferenciais do Sicredi é sua capacidade de atuar na ponta,
numa relação próxima aos associados, resultado de sua grande
capilaridade nacional.
“Estamos prontos para dar suporte ao
agronegócio nacional em mais um ciclo de Plano Safra. Neste ano safra,
reforçamos nossa atenção ao atendimento aos pequenos produtores, público
que, além dos desafios habituais, foi bastante atingido pelas questões
climáticas nos últimos ciclos. Por meio das nossas mais de 100
cooperativas, seguiremos atuando de forma muito próxima, participando
ativamente em cada localidade em que estamos presentes a partir de um
atendimento consultivo e especializado”, destaca Gustavo Freitas,
diretor executivo de Negócio, Crédito e Produtos do Sicredi.
A
Cresol Central Brasil promoveu uma live informativa sobre o Plano Safra
24/25, reunindo 560 colaboradores. Durante a transmissão, o presidente
Braulio Zatti, abordou os principais pontos do Plano Safra, destacando
as linhas de crédito disponíveis, taxas de juros e prazos de pagamentos.
Além disso, foram discutidas estratégias para maximizar os benefícios
do plano, contribuindo para o fortalecimento da agricultura familiar e
empresarial. O Plano Safra 24/25 está com o Pronamp custeio: 8%, Pronaf
custeio: 2% a 6% e Demais produtores custeio: 12%.
Antes mesmo
do início oficial do Plano Safra 24/25, a Cresol Origens já demonstrou
seu empenho em apoiar os produtores rurais ao liberar R$ 24,4 milhões em
crédito rural de recurso oficial de forma antecipada. Foram 394
contratações de custeio agrícola e agropecuário, realizados no período
de antecipação, entre os meses de maio e junho. No ciclo 23/24, a
instituição financeira cooperativa repassou mais de R$ 11 bilhões. Na
nova safra, a expectativa é chegar aos R$ 15 bilhões, projetando o maior
Plano Safra da história.
O Sicoob, que possui hoje a maior rede
física de agências, também disponibilizará uma vasta gama de recursos,
apoiando o produtor em todas as fases da produção.
Demandas do coop
Para
o coordenador nacional do ramo Agro do Sistema OCB, Luiz Roberto
Baggio, houve alguns avanços, mas também pontos de atenção no novo Plano
Safra. “O volume de recursos subiu em relação ao ano passado, mas os
juros não caíram como esperado e também não acompanharam a queda da
Selic, o que vai exigir um trabalho muito cuidadoso por parte das
cooperativas na captação de recursos. Uma vantagem que consideramos
importante foi a ampliação do limite para as cooperativas contratarem
recursos para armazenagem. Isso é fundamental porque as cooperativas têm
essa vanguarda na armazenagem e o aumento do limite individual ajuda
muito”, afirmou
Durante o processo de construção da proposta, o
Sistema OCB apresentou as principais demandas do cooperativismo em
diversas reuniões com os ministérios da Agricultura, Desenvolvimento
Agrário e Fazenda, e também com o Banco Central.
Entre as
principais demandas para o Plano Safra 2024/25 da Agropecuária, a
entidade incluiu a elevação dos limites de contratação e a redução das
taxas de juros para percentuais abaixo de dois dígitos para todas as
linhas de planejamento agropecuário, com reduções de 2,5 pontos
percentuais acompanhando o movimento da taxa básica de juros (Selic).
Quanto
às exigibilidades, as sugestões solicitaram a alteração dos depósitos à
vista de 30% para 34%, a manutenção da poupança rural em 65% e o
aumento das Letras de Crédito do Agronegócio (LCA) de 50% para 60%, com
isenção tributária. O fortalecimento das cooperativas de crédito e do
BNDES, como meios de capilaridade, efetividade e instrumentalização para
a política em nível nacional também foi proposto.
Já para o
Plano Safra da Agricultura Familiar, a entidade apresentou como
prioridade, o ajuste de acesso ao Pronaf, para que o percentual mínimo
de DAP/CAF ficasse em 60%. Para isso, foi sugerida uma escala gradual
de enquadramento, com referência em faixas de percentuais de
agricultores familiares no quadro social para limites diferenciados de
contratação.
Desafios para o novo Safra
Segundo o ministro
da Agricultura, Carlos Fávaro, os recursos anunciados continuarão a
possibilitar o crescimento e o fortalecimento agropecuário no país. “O
setor cresceu 20% em 2023. Somos hoje o maior exportador de carnes do
mundo e conseguimos a certificação de país livre da febre aftosa sem
vacinação. Os recursos ofertados nesse plano são 32% superiores aos de
dois anos atrás e temos certeza de que continuarão trazendo as
oportunidades que os produtores precisam para continuar sua trajetória
de crescimento”, declarou.
No caso da agricultura familiar, as
taxas de juros foram reduzidas em um ponto percentual em média quando
comparadas à safra 2023/24 e fixadas entre 0,5% e 6% ao ano. O plano
também prevê a inclusão da agricultura familiar em três fundos
garantidores da União.
Paulo Teixeira, ministro do
Desenvolvimento Agrário, destacou que o Plano Safra da Agricultura
Familiar conseguiu conciliar um dilema complexo. “Não sabíamos se dava
para apresentar um plano ainda maior que no ano passado em termos de
volume de recursos ou se deveríamos manter o volume de recursos e
diminuir os juros. Conseguimos aumentar os recursos e diminuir os
juros”. O presidente Lula, por sua vez, salientou que os planos “são
exuberantes”. E acrescentou: “Pode não ser tudo o que a gente precisa,
mas é o melhor que a gente pode fazer. Foi construído de forma
interativa, coletiva, muita gente participou. Vamos continuar
trabalhando para que seja cada vez melhor”.