
Dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2024
colocam Alagoas na terceira posição entre os estados com maior número de
casos de violência contra a mulher. Em 2023, foram registrados 2.103
episódios de violência doméstica, um aumento de 297 casos (19,2%) em
relação ao ano anterior.
O principal cenário das ocorrências
continua sendo a residência da vítima, com 493 denúncias formalizadas. A
faixa etária mais afetada é de mulheres entre 25 e 29 anos, somando 208
casos. Entre as vítimas atendidas, 76% se autodeclararam pretas ou
pardas, destacando um recorte racial significativo nos registros.
O
canal Ligue 180, dedicado a denúncias, também registrou um aumento
expressivo de 29,99% nas notificações em Alagoas, somando 1.036 casos
até outubro de 2023. Os dados reforçam que os agressores, em sua
maioria, são maridos ou ex-maridos, evidenciando o papel da violência
intrafamiliar.
Campanhas e ações de conscientização
A
data de 25 de novembro, Dia Internacional pela Eliminação da Violência
Contra a Mulher, é marcada por iniciativas para combater o problema,
como a campanha “21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência Contra a
Mulher”, organizada pelo Conselho Nacional de Justiça ( CNJ). Em
Alagoas, atividades coordenadas pela Casa da Mulher Alagoana e pelo
Tribunal de Justiça visam conscientizar e prevenir novos casos,
incluindo debates e ações educativas.
A violência psicológica e o crescimento do stalking
Conforme
especialistas, a violência psicológica lidera as ocorrências, muitas
vezes precedendo outros tipos de agressões. Um dado em ascensão é o
crime de stalking, caracterizado pela perseguição sistemática de
mulheres, especialmente após o termo de relacionamentos.
Estruturas de apoio e denúncia
Mulheres
vítimas de violência podem denunciar por meio da Ligue 180, que mantém
sigilo sobre as informações, ou pelo 190, em casos de emergência. Após o
registro, medidas como prisões e concessões de proteção são obrigações
para garantir a segurança das vítimas. A Rede de Proteção, que inclui
assistência jurídica e programas sociais, desempenha papel central na
reestruturação das vidas das mulheres afetadas.
A Lei Maria da
Penha segue como instrumento essencial, oferecendo suporte jurídico e
social, como acesso a programas de moradia e emprego, além de grupos de
reeducação para romper o ciclo da violência.
Com Cada Minuto.