
A mandioca, conhecida como "rainha do Brasil" por sua importância histórica e cultural, pode se tornar oficialmente um item da cesta básica nacional. O tema foi discutido em Brasília durante uma reunião entre Eloízio Lopes, líder cooperativista de Alagoas, e o senador Renan Calheiros.
A articulação busca valorizar a
produção do tubérculo, que é central na agricultura familiar alagoana, e
trazer mais segurança econômica para os pequenos produtores rurais.
Alagoas
tem se destacado como um dos maiores produtores de mandioca no país,
com milhares de famílias dependendo diretamente dessa cultura para sua
subsistência. Eloízio Lopes, que representa diversas cooperativas
agrícolas no estado, destacou que incluir a mandioca na cesta básica não
apenas estimulará a economia local, mas também será um reconhecimento
de sua relevância histórica para o Brasil.
“É um alimento que está nas mesas de
todas as regiões, rico em nutrientes e símbolo de resistência no campo.
Incluir a mandioca na cesta básica é dar dignidade às famílias que
produzem e consomem esse alimento essencial”, argumentou Lopes.
Renan
Calheiros, que há anos defende pautas voltadas ao desenvolvimento
sustentável e à valorização dos produtos agrícolas brasileiros, se
comprometeu a mobilizar o Congresso Nacional para que o tema avance. Ele
destacou que Alagoas, como protagonista na produção da mandioca, poderá
ser um modelo para outras regiões do país ao aliar tradição cultural à
promoção da soberania alimentar. “A mandioca tem o potencial de não só
fortalecer a economia rural, mas também contribuir para combater a fome e
garantir acesso a alimentos de qualidade”, declarou o senador.
A
inclusão do tubérculo na cesta básica também envolve benefícios fiscais
e logísticos para os produtores, uma vez que o governo federal concede
desoneração tributária aos itens dessa lista. A medida, caso aprovada,
poderá gerar maior competitividade no mercado interno, beneficiando
diretamente os pequenos agricultores, que enfrentam dificuldades com os
custos de produção e distribuição.
Entidades do setor agrícola
alagoano estão otimistas com a articulação. Para Rosana Almeida,
presidente de uma cooperativa em Palmeira dos Índios, a medida pode
transformar a realidade de muitas famílias: “Hoje, lutamos para escoar a
produção com preços justos. Com a mandioca na cesta básica, a demanda
aumentará, e o agricultor terá mais segurança para investir.”
A
próxima etapa será a elaboração de um projeto de lei que formalize a
inclusão da mandioca, seguido de debates no Congresso Nacional. Enquanto
isso, o movimento iniciado em Alagoas ganha força, unindo cooperativas,
parlamentares e consumidores em torno de um produto que representa a
história, a cultura e o sustento de milhões de brasileiros.