
A Secretaria de Segurança Pública de Alagoas (SSP-AL)
divulgou nesta quarta-feira (22) o conteúdo de quatro cartas atribuídas
ao líder de uma facção criminosa preso no Presídio do Agreste, em Girau
do Ponciano. Segundo as autoridades, as cartas, interceptadas pelas
polícias Civil e Penal, revelam detalhes das atividades da organização,
que atua no bairro do Bom Parto, em Maceió, e na cidade de Rio Largo.
A
divulgação ocorre no contexto da Operação Hermes, que investiga o grupo
criminoso há seis meses. Durante a operação, 84 mandados foram
expedidos, sendo 43 de prisão e 41 de busca e apreensão. Na última
terça-feira (21), 24 suspeitos foram detidos, incluindo 20 homens e
quatro mulheres.

De
acordo com a SSP, os líderes da facção são dois detentos que cumprem
pena no Presídio do Agreste, em Alagoas, e no Presídio Dr. Rorenildo da
Rocha Leão, em Palmares, Pernambuco. As cartas revelaram ordens de
pagamento, instruções operacionais e cobranças destinadas aos
integrantes do grupo.
O grupo tinha uma movimentação financeira
estimada em R$ 150 mil mensais, proveniente do tráfico de drogas,
principalmente na região de Limoeiro de Anadia, no interior de Alagoas.
Para ocultar os lucros ilícitos, a facção utilizava métodos já
conhecidos pelos órgãos de segurança, incluindo a lavagem de dinheiro.
O delegado Gustavo Henrique, chefe de Inteligência da SSP, afirmou que familiares dos detentos, como companheiras, irmãs ou até mesmo mães, frequentemente assumiam o papel de intermediários das operações criminosas. "As cartas serviam como meio de comunicação entre os líderes e os demais integrantes, detalhando as tarefas a serem cumpridas", explicou o delegado.

Segundo
o secretário-executivo de Gestão Interna da SSP, delegado José Carlos
dos Santos, a operação deve impactar a criminalidade na região. “Com a
investigação, esclarecemos dois homicídios e acreditamos que nos
próximos meses haverá uma redução significativa dos índices criminais,
especialmente os relacionados a homicídios”, destacou.

A
Operação Hermes recebeu este nome em referência ao deus mensageiro da
mitologia grega, uma alusão ao sistema de comunicação utilizado pela
facção. O objetivo principal da ação foi desarticular a organização
criminosa, que atuava em crimes como tráfico de drogas, porte ilegal de
armas e homicídios.
A SSP informou que as investigações continuam, e novas prisões são esperadas nos próximos dias.
