
Alagoas experimenta uma novidade promissora no setor
agropecuário: um sistema de confinamento coletivo para bovinos, que
promete ser uma solução para o ganho de peso dos animais durante o calor
do verão, uma época desafiadora para a pecuária de corte devido à
escassez de alimentos. A Cooperativa Pindorama é pioneira na
implementação dessa tecnologia em Alagoas e no Nordeste, oferecendo uma
alternativa eficaz para os criadores de gado.
A inovação já está
em funcionamento desde o final de 2024, com a previsão de aumentar a
lotação para até 2.000 animais nos próximos dias, após atingir a marca
de 1.240 bovinos. O conceito é simples: durante o período mais crítico
do ano, entre setembro e março, os animais são confinados em um espaço
específico onde têm comida à vontade, permitindo que engordem de uma a
duas arrobas por mês. Esse processo pode gerar um aumento significativo
de peso, com animais que chegam ao confinamento com cerca de 350 a 400
quilos e saem com 550 a 600 quilos após três meses.
O presidente
da Cooperativa Pindorama, Clésio, destacou que além de otimizar o ganho
de peso, o sistema traz benefícios econômicos e ambientais. A
proximidade de fontes de água e alimentos reduz custos de transporte e
evita o desperdício de recursos, como o óleo diesel, que seria
necessário para o deslocamento de materiais a grandes distâncias.
“Estamos contribuindo para a sustentabilidade, reduzindo o impacto
ambiental, enquanto também cortamos custos com transporte e manutenção
de frota”, afirmou.
O modelo de confinamento coletivo não só
contribui para o aumento de produtividade, mas também oferece divisão de
lucros entre os criadores. No final do período de confinamento, o
criador fica com 35% do peso equivalente ganho pelos machos e 30% das
fêmeas, representando uma renda extra considerável, especialmente em uma
época em que a produção no campo é limitada.
Com essa
iniciativa, a Cooperativa Pindorama se posiciona como referência na
inovação para o setor da pecuária de corte, garantindo mais eficiência e
sustentabilidade na produção de carne no estado e no Nordeste. O
sucesso do projeto pode ser um modelo para outras regiões que enfrentam
os mesmos desafios climáticos e alimentares.