O Palácio do Planalto anunciou, nesta sexta-feira (28), a escolha da
deputada federal e presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, para
assumir a Secretaria de Relações Institucionais (SRI) do governo
federal. A parlamentar substituirá Alexandre Padilha, que será realocado
para o Ministério da Saúde.
A nomeação de Gleisi ocorreu após
articulações internas no governo e no Congresso Nacional. Antes da
decisão, o nome do deputado Isnaldo Bulhões (MDB-AL), líder do partido
na Câmara, era cotado para o cargo. Bulhões contava com o apoio do
presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do ex-presidente
da Casa, Arthur Lira (PP-AL). No entanto, a escolha do governo acabou
recaindo sobre Gleisi, que teve papel relevante na construção da base de
apoio para a eleição de Motta como presidente da Câmara.
Essa é a
segunda vez que Isnaldo Bulhões fica de fora de uma articulação para um
cargo de destaque. Anteriormente, o deputado alagoano foi cogitado para
presidir a Câmara dos Deputados, mas sua candidatura perdeu força
diante do apoio de Lira a Motta. Nos bastidores, Motta articulava para
viabilizar a nomeação de Bulhões à SRI, com o objetivo de fortalecer a
interlocução do governo com o Congresso.
A escolha de Gleisi
Hoffmann é uma estratégia do presidente Lula para manter a articulação
política mais próxima com o Congresso. A deputada tem relações com
líderes do Centrão e historicamente atua na negociação de agendas do
governo no Legislativo. Motta, em reuniões com aliados, recomendou que
não houvesse contestações públicas sobre a decisão presidencial.
A
transição na SRI será oficializada no dia 10 de março, mesma data em
que Alexandre Padilha assumirá o Ministério da Saúde, após a saída de
Nísia Trindade do comando da pasta.
Isnaldo Bulhões - Foto: Reprodução