Renan Filho, Ministro dos Transportes - Foto: Assessoria
A possibilidade de Renan Filho (MDB), ministro dos Transportes, disputar
a vaga de vice-presidente na chapa de reeleição de Luiz Inácio Lula da
Silva aumentou a disputa interna no MDB e gerou atritos com o PSB de
Geraldo Alckmin. O presidente do PSB afirmou que a composição da chapa
para 2026 ainda não está definida e não há prazo para a decisão. A
declaração busca reduzir tensões, mas reforça a incerteza sobre a
permanência de Alckmin.
No MDB, estados como São Paulo, Rio
Grande do Sul e Goiás resistem a uma nova aliança com o PT, enquanto os
diretórios do Nordeste, em especial Alagoas, Pará e Amazonas, apoiam a
manutenção da parceria. Se o MDB confirmar apoio a Lula, a demanda por
um nome do partido na vice-presidência será uma condição.
Outros
nomes também são cotados para a vice-presidência, como Helder Barbalho,
governador do Pará, e Simone Tebet, ministra do Planejamento, que também
avaliam disputar o Senado. Aliados de Tebet afirmam que ela não se
considera favorita para a vice, mas uma eventual candidatura de Michelle
Bolsonaro poderia impulsionar sua presença em uma chapa liderada por
Lula.
Carlos Siqueira, presidente do PSB, criticou a
possibilidade de troca de vice e afirmou que a relação entre os partidos
tem histórico de divergências. Em resposta, o MDB divulgou nota
reafirmando compromisso com o país e destacando que o PSB apoiou o
impeachment de Dilma Rousseff e criticou Lula até 2022, antes de aderir à
sua candidatura. Baleia Rossi, aliado de Siqueira, esclareceu que a
nota não visa pressionar pela troca de vice, mas responder às críticas
do PSB.
Siqueira reiterou a defesa da permanência de Alckmin e
classificou a reação do MDB como exagerada, lembrando que o partido
também articulou o impeachment e foi beneficiado pela decisão.
O
líder do PSB na Câmara, Pedro Campos, afirmou que o debate sobre a chapa
deve ocorrer em 2025 e que Alckmin é a melhor opção para Lula, apesar
da disputa por essa vaga. Em reunião ministerial, Lula afirmou que ainda
não decidiu sobre sua candidatura à reeleição em 2026, vinculando a
decisão a sua saúde. Aos 79 anos, ele tem adotado uma rotina de
cuidados, mas, segundo interlocutores, tem se mostrado menos disponível e
mais impaciente em reuniões.