A partir dessa terça-feira (1) os impostos de quem compra em
e-commerces como Shopee, Shein e AliExpress vão aumentar. O Imposto
Sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS) cobrado
sobre os produtos importados on-line vai aumentar para 20% em dez
estados, incluindo Alagoas.
Esse imposto irá somar com a chamada "taxa da blusinha", cobrança
sobre compras internacionais com valor até US$ 50 — o que é válido em
todo o país, já que é um imposto federal.
Os estados e o Distrito
Federal fecharam, no ano passado, um acordo que permitiu subir a
alíquota sobre remessas importadas de até US$ 3.000 de 17% para 20%. De
acordo com o Comitê Nacional de Secretarias de Estado da Fazenda
(Comsefaz), em uma nota divulgada em dezembro o objetivo é "garantir a
isonomia competitiva entre produtos importados e nacionais, promovendo o
consumo de bens produzidos no Brasil".
Com isso, dizem os estados em nota, a ideia é "estimular o
fortalecimento do setor produtivo interno e ampliar a geração de
empregos, em um contexto de concorrência crescente com plataformas de
comércio eletrônico transfronteiriço".
A medida, porém, não foi
tomada de forma automática. Em alguns estados em que o teto do ICMS
geral é de menos de 20%, ainda não aconteceu, pois isso dependia de
aprovação de um decreto do governador ou de lei local. Dessa forma, dez
estados terão alíquotas maiores.
Estados que optaram por elevar o ICMS para 20%
Acre
Alagoas
Bahia
Ceará
Minas Gerais
Paraíba
Piauí
Rio Grande do Norte
Roraima
Sergipe
Estados em que a alíquota permanece 17%
Amazonas
Amapá
Distrito Federal
Espírito Santo
Goiás
Maranhão
Mato Grosso
Mato Grosso do Sul
Pará
Pernambuco
Paraná
Rio de Janeiro
Rio Grande do Sul
Roraima
Santa Catarina
São Paulo
Tocantins
Como é hoje?
As importações realizadas a partir
do Regime de Tributação Simplificada (RTS) são tributadas pelo ICMS, que
atualmente tem alíquota uniforme de 17%, independentemente de a compra
ser efetuada em sites certificados pela Receita Federal no Programa
Remessa Conforme ou não.
O RTS vale para a importação de encomendas
internacionais com valor aduaneiro (soma dos bens + frete + seguro) de
até US$ 3.000, destinados a pessoas físicas e jurídicas.
Além do
ICMS, as compras internacionais feitas em e-commerces de Remessa
Conforme e destinadas a pessoas físicas pagam também o Imposto de
Importação (a "taxa da blusinha"), alterado em agosto do ano passado.
Para compras em que o valor aduaneiro for de até US$ 50 a alíquota é de
20%. Já quando o valor for maior que US$ 50, a alíquota é de 60%.
Como vai ser?
Em dez estados, o ICMS será
majorado para 20% para esse tipo de compra on-line. Assim, consumidores
irão pagar o Imposto de Importação — que pode ser de 20% ou 60%, a
depender do valor da compra — mais 20% de ICMS.
*Com O Globo