O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) tem
celebrado o Ano Internacional das Cooperativas com uma série de
iniciativas voltadas ao fortalecimento da relação entre a instituição e o
cooperativismo. O diálogo com dirigentes de entidades representativas
para estreitar a cooperação multilateral em prol do desenvolvimento
brasileiro integra as ações do banco e viabiliza o crescimento do
impacto do setor no país.
Aloizio Mercadante, presidente do
BNDES, definiu a abrangência do cooperativismo brasileiro, que,
atualmente, integra cerca de 23,5 milhões de cooperados no Brasil. Para o
presidente, os motivos pelos quais o modelo econômico tem crescido em
relevância no país se resumem pelo alinhamento do sistema de negócio com
os princípios necessários para a evolução social. “O cooperativismo é
uma força econômica e social decisiva no Brasil, que gera diretamente
550 mil empregos e tem um faturamento de 692 bilhões por ano”, afirma.
Mercadante
também se refere à atuação do cooperativismo financeiro para a
democratização do acesso ao crédito. De acordo com o presidente, o BNDES
está empenhado na ampliação da presença dessas instituições financeiras
do ramo cooperativista nas áreas com maiores dificuldades de acesso ao
crédito. “É um instrumento capilar de acesso ao crédito. Elas chegam
aonde as agências bancárias não chegam mais. A nossa expectativa om o
acordo é aproximar ainda mais o cooperativismo do BNDES e permitir, na
forma de seminários, eventos, plataformas digitais, treinamento de
formação de dirigentes do cooperativismo, fomentar as linhas crédito do
cooperativismo”.
Marcio Lopes de Freitas, presidente do OCB,
analisa a participação do setor nas áreas econômicas e sociais do país. O
representante chama a atenção para a diversidade de serviços das
cooperativas financeiras. “Essa turma faz todos os serviços bancários.
Atualmente, essas cooperativas têm até mais alternativas para oferecer
do que bancos tradicionais”, expos.
Os desafios para garantir a
distribuição justa e fomentar a prosperidade regional no Brasil também
integrou a fala de Marcio. Para isso, o representante salienta os
esforços do Sistema OCB e todas as instituições envolvidas nos processos
de subsídio à categoria para viabilizar respaldos para os diversos
setores do cooperativismo.
Outros pontos apontados pelo
presidente Marcio levaram à reflexão sobre a participação da
Inteligência Artificial nos processos das cooperativas e a importância
da criação de métricas para assegurar o desenvolvimento sustentável.
Os
deputados federais Fernando Mineiro e Arnaldo Jardim destacaram as
ações integradas do governo federal e dos governos estaduais para o
progresso das iniciativas de auxílio às áreas. Fernando Mineiro, também
presidente da Frente Parlamentar da Economia Solidária, evidencia a
capacidade do cooperativismo de viabilizar a evolução de áreas
marginalizadas. “Hoje, o cooperativismo é uma porta de entrada de
estabilidade de vários setores da economia, como a agricultura familiar,
de inovações, e a relação público-privada. O cooperativismo é, sum
dúvida, um dos caminhos para enfrentar muitas questões no país”,
ressalta.
O termo de cooperação entre OCB e BNDES foi assinada
pelos presidentes das instituições e testemunhado por Maria Fernanda
Coelho, diretora do BNDES, e Tânia Zanella, superintendente da OCB e
presidente do instituto Pensar Agro. Este é o segundo acordo de
cooperação firmado entre as instituições e, com um prazo de 5 anos, tem o
objetivo de ampliar o acesso das cooperativas regularmente registradas
às linhas de financiamento e soluções do BNDES e, para isso, prevê ações
de divulgação contínua das políticas e plataformas digitais do BNDES, a
realização de eventos e comunicações informativas, a capacitação de
representantes da OC, o desenvolvimento conjunto voltados ao
fortalecimento do cooperativismo e o intercâmbio de informações
relevantes entre as instituições.
Impacto do cooperativismo de crédito no desenvolvimento econômico e social do Brasil
Maria
Fernanda Coelho, Diretora do BNDES, analisa os resultados obtidos pelas
cooperativas financeiras e as perspectivas de crescimento e aplicação
em iniciativas de cunho social, especialmente nas regiões Norte,
Nordeste e Sul.
No último ano, o banco anunciou mudanças nas
condições do programa que, no ano anterior, havia aprovado R$ 1,5 bilhão
em mais de 122 mil operações. Neste período, o banco reduziu taxas de
juros nas regiões Norte e Nordeste, ampliou os prazos de financiamento e
o rol de clientes atendidos, gerando potencial impacto de cerca 5
milhões de novos cooperados.
Ailton Aquino, Diretor de
fiscalização do Banco Central e membro do painel, pontua que os
trabalhos sobre economia bancária produzidos pela instituição denotam as
cooperativas como ferramentas para produção de benefícios econômicos
aos seus associados e à comunidade.
De 2021 a 2025, as
cooperativas foram responsáveis pela inauguração 320 novas agencias no
norte e no nordeste, contrapondo as 140 agencias fechadas por
instituições bancárias. Sobre isso, Ênio Meinen, Diretor do Sicoob,
reafirma a intenção do crescimento contínuo ao longo do território
brasileiro, principalmente nas regiões Norte e Nordeste, onde estão
presentes em apenas 40% e 15% das localidades, respectivamente.
Somente
em 2024, as cooperativas financeiras foram responsáveis pelo repasse de
R$ 37,4 bilhões do BNDES, o que representou 34% dos recursos repassados
por meio da rede de agentes financeiros credenciados. Ainda, neste
período, parceiros do cooperativismo financeiro promoveram mais de 260
mil operações de financiamento, com 99% das operações com micro,
pequenas e médias empresas.
Para justificar o impacto do ramo no
cotidiano da socieade, Ênio cita Pontes de Miranda, jurista brasileiro,
que define o cooperativismo como “longa-manos” do cooperado. “O
cooperativismo é um prolongamento do BNDES, permitindo que a instituição
esteja presente e atuante em todos rincões brasileiros”, compara.
Por
fim, Alison Pablo de Oliveira, pesquisador da Fundação Instituto de
Pesquisas Econômicas (FIPE), apresenta as maneiras efetivas de conversão
dos números apresentados ao longo das exposições em ganhos para a
sociedade. Uma das análises trazidas ao debate elucidou a robustez das
cooperativas financeiras na vida de famílias registradas no CadÚnico e
beneficiarias do Bolsa Família.
O estudo apresenta que a presença
local das cooperativas financeiras está correlacionada com o aumento de
24,2% da média de pessoas matriculadas no ensino superior e no
crescimento de mais de 23% na produção agrícola.
Cooperativismo de produção agroindustrial e o desenvolvimento sustentável
José
Luis Gordon, Diretor do BNDES, reflete a respeito das estratégias de
governo para desenvolvimento produtivo e dados econômicos relacionados
ao desenvolvimento agrícola sustentável no país e, sobretudo, na
Amazonia.
Pedro Neto, membro da Secretaria de novação,
Desenvolvimento Sustentável, Irrigação e Cooperativismo do MAPA,
salientas que algumas das estratégias centrais do governo que possuem
fortes eixo cooperativos.
Uma dessas alternativas, é o Programa
Nacional de Conversão de Pastagens Degradas, que já faz parte do Plano
Setorial Brasileiro. Pedro destaca que a conversão de área diminui a
pressão por desmatamento e viabiliza o plantio direto, o uso de
bioinsumos e integração lavora-pecuária-floresta. “É uma tecnologia que
tem uma alta capacidade tração e está no centro da nossa estratégia”
Alberto
Oppata e Elias Zudek, presidentes das cooperativas agrícolas de
Tomé-Açu (CAMPTA) e FRIMESA, apresentaram a atuação das instituições
frente aos desafios para a promoção do desenvolvimento local nas áreas
de cultivo e abate de animais.
Pedro Neto finaliza o raciocínio
reiterando o cunho educativo das discussões, relevando a importância da
intercooperação para a manutenção do sistema de negócio cooperativista.
“Gostaria de reforçar que esse diálogo cooperativo vai além da forma de
organização de produtores rurais. Que possamos avançar na capacidade de
diálogo e aprendizado conjunto, consolidando as bases cooperativas no
nosso país.”, concluiu.
BNDES reforça compromisso com cooperativismo para desenvolvimento do país - Foto: Divulgação
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