A Defesa Civil do Estado apresentou, na manhã desta quinta-feira
(24), o plano de acionamento interinstitucional para o período chuvoso
de 2025, entre os meses de abril e agosto. O evento foi realizado no
auditório da Associação dos Municípios Alagoanos (AMA) e reuniu
representantes da segurança pública e das defesas civis municipais.
O
encontro teve como principal objetivo apresentar o planejamento
estadual para enfrentar possíveis desastres. Nesse plano, cada
secretaria possui funções predefinidas. A coordenação das ações, em caso
de desastre, ficará sob responsabilidade da Defesa Civil do Estado, mas
os demais órgãos também terão responsabilidades específicas de resgate,
serviços essenciais, operações e disponibilidade de verba.
“Caso
ocorra um desastre, cada secretaria já sabe qual é sua função
previamente estabelecida. Nosso objetivo é destrinchar esse plano,
mostrar formas de diminuir a vulnerabilidade dos locais, entre outras
ações. Queremos mostrar que Alagoas está pronta para enfrentar esse
período chuvoso, que começou em abril e vai até meados de agosto. A
gente não consegue, logicamente, controlar a natureza, mas conseguimos
prevenir, evitar e, possivelmente, mitigar os danos”, afirma o chefe do
setor de desastres naturais da Defesa Civil de Alagoas, capitão Douglas
Gomes.
O momento foi considerado de grande importância para a união
entre os diversos setores. “É de extrema importância que todas as
secretarias e os setores da sociedade estejam unidos, para que não vire
um caos. Quando não temos controle e um evento adverso acontece, tudo
pode virar um grande problema. Entender o que cada um pode fazer e como
fazer é meio caminho andado”, declarou o coronel Luciano Virtuoso.
Previsões de secas e chuvas intensas em pontos isolados
Durante
o evento, a Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh),
por meio da Superintendência de Prevenção em Desastres Naturais,
apresentou as previsões para a quadra chuvosa em Alagoas. De acordo com
mapas elaborados com base em quatro modelos internacionais, três deles
indicam altas temperaturas no estado, apontando baixa probabilidade de
chuvas nos próximos meses.
“O volume de chuvas está muito abaixo da normalidade. Já houve
agravamento da seca em grande parte do semiárido. Se não chover nos
próximos meses, ou se continuar chovendo abaixo da média, nós não
teremos chuva, não teremos água. É uma situação muito parecida com o que
aconteceu em 2012 e 2017, anos em que enfrentamos algumas das maiores
secas da história. O cenário é semelhante, e precisamos estar alertas,
pois esse é o período de recarga hídrica do semiárido”, afirmou Vinícius
Pinho, superintendente de Prevenção em Desastres Naturais da Semarh.
O
período de seca contínua é propício à ocorrência de chuvas fortes em um
curto intervalo de tempo, o que agrava o risco de desastres ambientais.
“O que nos preocupa é essa elevação das temperaturas, que, combinada à
umidade do ar, favorece a formação de nuvens carregadas e a ocorrência
de chuvas intensas e isoladas em pontos específicos do estado. Existe,
sim, a possibilidade de eventos extremos, e devemos estar atentos”,
concluiu Vinícius.
Ter um estudo prévio desse cenário faz parte
do plano de prevenção da Defesa Civil em Alagoas, especialmente na
região que já faz o monitoramento, que é o caso das bacias do Jacuípe,
Paraíba e Mundaú. Esse cenário é divulgado para os órgãos que vão atuar
na linha de frente.
“Nós mantemos contato com algumas cidades que
são mais delicadas. Estamos sempre nos reencontrando e mudando as
estratégias. Ao contrário de 2010, hoje o Corpo de Bombeiros tem
unidades que atendem prontamente Murici, União dos Palmares, Branquinha,
São José da Laje e Santana do Mundaú, que são historicamente cidades
que sofrem com o transbordo de rio. Então hoje, nós já ficamos em alerta
quando é época da quadra chuvosa, isso faz parte do plano da Defesa
Civil”, destacou o comandante do Corpo de Bombeiros, coronel André
Verçosa.
Momento de tirar dúvidas
Após o ciclo de palestras, os membros das defesas civis
municipais puderam tirar dúvidas e discutir o planejamento de suas
respectivas cidades. Para Jammerson Pereira, coordenador da Defesa Civil
de Murici, município com histórico de desastres ambientais, o momento
foi de extrema importância.
"Eventos como este são fundamentais
para nos qualificar e nos dar a base necessária para tomar decisões mais
assertivas em nossos municípios. Cidades menores, como a nossa, muitas
vezes enfrentam limitações técnicas e operacionais. Por isso, participar
desses encontros é essencial. Saímos daqui com informações valiosas.
Foi com o apoio dessas informações e tecnologias que, em 2022,
conseguimos realizar a evacuação de áreas de risco com 24 horas de
antecedência, salvando vidas. Essa troca é enriquecedora e fortalece
toda a rede de proteção e resposta a desastres", destacou Jammerson.
Estiveram
presentes no evento representantes da Polícia Militar, Exército
Brasileiro, Marinha, Aeronáutica, ministérios públicos Federal e
Estadual, AMA e Polícia Rodoviária Federal.