O ministro Alexandre de Moraes, do
Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que o tenente-coronel do
Exército Rafael Martins de Oliveira tivesse dez minutos para retirar a
farda e retornar com roupas civis durante seu interrogatório na ação que
apura a trama golpista conhecida como Plano Punhal Verde-Amarelo.
Réu
do Núcleo 3 da denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR),
Oliveira está preso desde o ano passado e foi ouvido por
videoconferência pelo juiz auxiliar Rafael Tamai.
Inicialmente,
a defesa insistiu em mantê-lo de farda, descumprindo decisão anterior
que proibia o uso de uniforme militar durante depoimentos.
Segundo
Moraes, os réus devem se apresentar com roupas civis porque "a acusação
é contra indivíduos, não contra o Exército Brasileiro". Caso contrário,
afirmou o ministro, seria entendido que o réu abdicou do direito de
defesa.
Após a ordem, às 19h10, o militar retornou à audiência vestindo camiseta.
Durante
o depoimento, Oliveira ficou em silêncio diante das perguntas da PGR e
do juiz auxiliar, respondendo apenas à própria defesa. Ele negou
participação no plano golpista e declarou-se "prisioneiro de guerra",
afirmando desconhecer a existência do Punhal Verde-Amarelo até sua
prisão.
O STF ouve nesta segunda-feira (28) nove militares do
Exército e um policial federal acusados de planejar ações táticas para
efetivar o suposto golpe, incluindo o monitoramento de autoridades como o
presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente Geraldo Alckmin
e o próprio Moraes.
Entre os réus interrogados estão nomes como
Bernardo Romão Correa Netto, Estevam Theophilo e outros oficiais ligados
ao Batalhão de Forças Especiais do Exército, conhecidos como os "kids
pretos".