Mais um passo importante foi dado para a transição energética nacional
em 2025. Foi aprovada, no mês de junho, a Lei Combustível do Futuro, que
aumentou as quantidades da mistura de biodiesel (15%) e etanol (30%) na
gasolina. A nova política pública beneficia diretamente a agricultura
familiar alagoana, como destaca o presidente da União das Cooperativas
de Agricultura Familiar e Economia Solidária em Alagoas (Unicafes-AL),
Antonino Cardozo.
“Acho que é uma importante política pública que
nós conseguimos atrair nos últimos 10 anos para o Nordeste brasileiro e
com um ponto muito forte em Alagoas pela nossa capacidade de
organização. Essa é uma política pública que prevê, entre outras coisas,
assistência técnica de extensão rural ao pequeno agricultor familiar
que esteja vinculado à cadeia nacional de biocombustível ou à transição
energética”, declarou.
Antonino Cardozo esteve presente na
cerimônia de lançamento do B15 e do E30, ocorrida em Brasília no mês de
junho. Em fala durante o evento, saudou ao presidente Lula e à política
do Selo Biocombustível Social, instituída durante o primeiro mandato de
Lula. Graças à medida, 80% das indústrias de transição energética obtém
matéria-prima da agricultura familiar e, de acordo com o presidente da
Unicafes-AL, Alagoas conta com 8 mil famílias inseridas no programa, que
possuem assistência técnica paga por essas indústrias. Atualmente, o
biodiesel brasileiro paga 40 técnicos no estado. “O presidente Lula
transfez da agricultura familiar o principal elemento na transição en
ergética. A agricultura familiar será central na oferta de matéria-prima
e, acima de tudo, na preservação desse mercado em níveis nacionais”,
destacou.
Antonino destacou também a criação de um ambiente
estratégico para permitir que Alagoas se torne referência nacional, não
só na ciência técnica como também na produção e oferta de matéria-prima a
curto e longo prazo. “E essa experiência de Alagoas tem sido usada hoje
em nível regional já pelos estados da Bahia, Sergipe e Rio Grande do
Norte. Nos últimos 90 dias, nós temos feito um trabalho muito forte de
intercooperação entre as cooperativas que estão no biodiesel, na troca,
compra e venda de matéria-prima. Nesses últimos três meses, a Unicafes
Alagoas, a Unicafes do Rio Grande do Norte mais quatro cooperativas de
cada estado já venderam e comercializar am uma para a outra mais de 400
toneladas de coco”, relatou.
O coco é a principal matéria-prima
fornecida pelo estado para a produção de biodiesel nacional, tendo sua
cadeia produtiva também sendo diretamente beneficiada pela Lei
Combustível do Futuro. “A cocoicultura alagoana vinha de um processo dos
anos 90 em que o coco chegou a R$ 0,10. Têm aproximadamente quatro anos
que o preço do coco em Alagoas varia entre R$ 2.500 e R$ 5.100 a
tonelada”, destacou Antonino.
Por fim, o presidente da
Unicafes-AL destacou os benefícios que as cooperativas do estado
vinculadas diretamente ao biodiesel vão receber. “O grande objetivo do
governo no Nordeste brasileiro é garantir, primeiro: o acesso à renda
mínima, que é a possibilidade do contrato de compra e venda; segundo, a
estruturação da cadeia produtiva e da organização coletiva de trabalho
de cada cooperativa e associação; e terceiro, a grande novidade do
biodiesel brasileiro: foi criado o programa de fomento, que é hoje o que
permite, por exemplo, as indústrias de biodiesel fomentar algumas
cadeias produtivas”, declarou.
É promovendo a intercooperação e
fomentando as políticas públicas nacionais, como o Selo Biocombustível
Social e a Lei Combustível do Futuro, que a União das Cooperativas de
Agricultura Familiar e Economia Solidária em Alagoas caminha para tornar
o estado referência nacional na produção de sustentabilidade,
fortalecendo ao pequeno produtor e a agricultura familiar de Alagoas,
gerando emprego e renda para as famílias cooperadas.
80% das indústrias de transição energética irá obter matéria-prima da agricultura familiar - Foto: Reprodução
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