Venda da Braskem avança, mas pode esbarrar em bancos e passivo Alagoas Apesar da aprovação pelo órgão antitruste, o negócio ainda depende do aval de outros atores relevantes, como a Petrobras e os principais bancos credores Por Blog de Edivaldo Junior 18/07/2025 05h05

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O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou a proposta do empresário Nelson Tanure para assumir o controle da Braskem. O movimento se dá por meio da aquisição da fatia da Novonor (antiga Odebrecht), que detém a maioria das ações com direito a voto da companhia.

Na quarta-feira (16/07), a Superintendência-Geral do Conselho Cade aprovou, sem restrições, a potencial transação. Ainda não foram revelados muitos detalhes sobre a negociação, mas o que se sabe é que Tanure pretende adquirir de forma indireta a participação da Novonor na Braskem — que é de 50,1% do capital votante e de 38,3% do capital total.

Apesar da aprovação pelo órgão antitruste, o negócio ainda depende do aval de outros atores relevantes, como a Petrobras e os principais bancos credores.

Em outras negociações que não avançaram, a ofertas pela participação da Novovor superaram os R$ 10 bilhões , como a da petroleira estatal de Abu Dhabi (Adnoc) e de outros fundos estrangeiros que ensaiaram entrar na disputa.

Apesar da decisão do Cade, um entrave persistente tem dificultado qualquer avanço definitivo: o chamado “passivo Alagoas”. A expressão, cada vez mais recorrente nos relatórios corporativos e jurídicos da Braskem, se refere ao custo bilionário associado ao afundamento de cinco bairros em Maceió — consequência direta da exploração de sal-gema pela empresa durante décadas.

O valor já provisionado supera os R$ 14 bilhões, mas analistas de mercado e investidores alertam para o risco de novas obrigações judiciais e ambientais no futuro.

Oportunidade


Tanure enxerga na Braskem uma oportunidade estratégica. A empresa tem receita robusta, presença internacional e sinergia com diferentes setores da indústria pesada e química. No entanto, bancos como Bradesco, Itaú, Banco do Brasil e o BNDES — principais credores da Novonor — ainda veem com cautela a movimentação do empresário, especialmente diante do risco de que os custos do “caso Alagoas” recaiam sobre o novo controlador.

A Petrobras, que detém cerca de 36% do capital total da Braskem e é sócia da Novonor na estrutura de controle, também não sinalizou apoio à proposta.

Como medida cautelar, o Cade impôs uma restrição temporária ao direito de voto da Tanurepar, empresa do grupo Tanure: até a conclusão das tratativas com os demais acionistas, a participação votante ficará limitada a 5%. A decisão tenta evitar que uma mudança no controle da Braskem ocorra de forma unilateral, sem consenso entre os entes envolvidos.

Enquanto os bastidores corporativos fervem, Maceió segue convivendo com os efeitos da maior tragédia ambiental urbana do país. A questão permanece: quem, de fato, vai assumir esse risco? E o mais importante: quem garantirá que Alagoas não seja, mais uma vez, apenas uma nota de rodapé nos balanços das grandes corporações?

Quem é 


Nelson Sequeiros Rodriguez Tanure (Salvador, 21 de novembro de 1951) é um investidor, bilionário, administrador e empresário brasileiro.

Tanure é conhecido por investir e liderar grandes projetos de reestruturação de empresas. Seu portfólio conta com investimentos em empresas do setor de saúde, geração de energia, bens de capital, serviços industriais, oil services, shipping, shipyards, petróleo e gás, setor financeiro, imprensa, telecomunicações e setor imobiliário, além da compra e venda de ativos estressados e de participações minoritárias em vários setores.[3].

Entre as empresas das quais Tanure é acionista estão a Light, Alliança Saúde, Gafisa, PRIO, TIM Brasil, Docas Investimentos S.A., Sequip (Serviços de Engenharia e Equipamentos) e Ligga (nova nomenclatura do grupo das ex-estatais Copel Telecom e Sercomtel e Horizons e Nova Fibra).

*Com informações do Wikepedia


 

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