Postos não repassam redução de R$ 0,20 no preço da gasolina em AL Ao contrário do esperado, o preço médio do combustível em Alagoas permanece praticamente o mesmo Por Blog de Edivaldo Junior 04/08/2025 05h05

Preço da gasolina permanece o mesmo em Alagoas mesmo dois meses depois de queda no valor da                                                               Petrobras. - Foto: Reprodução

Dois meses após a Petrobras anunciar uma redução de 5,6% no preço da gasolina para as distribuidoras — o equivalente a cerca de R$ 0,20 por litro posto no Porto de Maceió — o consumidor alagoano ainda não viu qualquer reflexo na bomba. Ao contrário do esperado, o preço médio do combustível em Alagoas permanece praticamente o mesmo. Em alguns casos, até subiu.

Levantamento da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) mostra que, na semana de 1º a 7 de junho, logo após o anúncio da Petrobras, o preço médio da gasolina comum no estado era de R$ 6,24. Já na semana de 27 de julho a 2 de agosto, o valor médio ficou praticamente igual em R$ 6,35 — uma queda de apenas um centavo, ante 20 de redução da Petrobras.

Confira abaixo os dados comparativos de preços por município:

| Município | Preço Médio em Junho | Preço Médio em Agosto |

| --------------------- | -------------------- | --------------------- |

| Maceió | R\$ 6,34 | R\$ 6,35 |

| Arapiraca | R\$ 6,22 | R\$ 6,29 |

| São Miguel dos Campos | R\$ 5,82 | R\$ 5,79 |

| União dos Palmares | R\$ 6,39 | R\$ 6,39 |

| Palmeira dos Índios | R\$ 6,25 | R\$ 6,24 |

| Santana do Ipanema | R\$ 6,32 | R\$ 6,37 |

*Fonte: ANP – preços médios semanais de 01 a 07/06/2025 e de 27/07 a 02/08/2025*

Composição

Segundo dados da própria Petrobras, a parcela da estatal no preço final da gasolina foi reduzida em junho para R$ 2,01 por litro, representando 31,7% do total. Todos os demais componentes mantiveram-se estáveis: o ICMS continua em R$ 1,47 (23,1%), o custo do etanol anidro em R$ 0,79(12,4%), e os impostos federais em R$ 0,70(11,1%).

Na contramão da redução de custos nas refinarias, a fatia relativa à distribuição e revenda aumentou para R$ 1,39 — mais de 21% do valor final ao consumidor. Em vez de repassar o desconto, os postos e revendedores optaram por ampliar suas margens.

Outro fator que chama atenção é que o preço da gasolina em Alagoas figura entre os mais altos do país. Em estados vizinhos, como Pernambuco e Paraíba, o preço médio está abaixo de R$ 6,00. Em Alagoas, o valor médio é de R$ 6,23, supera a média nacional e se posicionando entre os mais caros do Nordeste.

A falta de ação dos órgãos de fiscalização, especialmente do Procon estadual, contribui para a demora no repasse da queda de preços pelos revendedodres. Até o momento, nenhuma operação foi anunciada para verificar por que a redução da Petrobras não chegou às bombas. O silêncio das autoridades reforça a sensação de impunidade e conivência com práticas que penalizam o consumidor.

Gritante

Além disso, a diferença de preços entre municípios é difícil de justificar. Em São Miguel dos Campos, o litro da gasolina é vendido, em média, a R$ 5,79. Já em Maceió, cidade portuária e principal ponto de entrada do combustível no estado, o preço médio é de R$ 6,34. Uma diferença de R$ 0,56 por litro, mesmo com um trajeto adicional de 60 km até o interior.

Sem transparência na formação dos preços e sem fiscalização ativa, os consumidores de Alagoas seguem reféns de uma cadeia que parece organizada para preservar margens de lucro às custas da população. Enquanto a Petrobras reduz, os postos resistem — e quem abastece é quem paga a conta.

Fique por dentro

Petrobras anuncia redução de 5,6% no preço da gasolina entregue às distribuidoras



 

Postar um comentário

Postagem Anterior Próxima Postagem