A nova pesquisa eleitoral divulgada pelo
Instituto Falpe revela um cenário incomum para a disputa ao Senado em
Alagoas: cinco nomes aparecem praticamente empatados pelas duas vagas,
com destaque para uma estreia que chama atenção. Marina Candia alcançou
22% das intenções de voto, em levantamento realizado em 37 municípios
entre os dias 24 de outubro e 2 de novembro, com 2.888 eleitores e
margem de erro de 3,5 pontos percentuais.
Curiosamente, o
resultado aparece logo após uma “pesquisa” sem procedência — sem
instituto, data, número de entrevistados ou metodologia — que já
colocava há 20 dias Marina como líder hipotética para o Senado. Agora,
com o primeiro levantamento oficial, a força política em torno da
primeira-dama ganha mais visibilidade – e credibilidade.
O
desempenho de Marina,coincidência ou não, surge no momento em político
que o prefeito JHC, divulgou um vídeo que sinalizaria sua intenção de
disputar o governo de Alagoas. Nos bastidores, circula a hipótese de que
ele estaria montando uma chapa caldista, com ele como candidato a
governador e Marina para o Senado.
“O JHC pode disputar o governo
com Marina como candidato ao Senado. Como são duas vagas, ela tem
grandes chances de se eleita. Mesmo perdendo, ele poderia ter a mulher
como senadora, cargo que hoje é ocupado pela sua mãe, Eudócia Caldas. E
como o Rodrigo Cunha vai precisar dele para disputar a reeleição, mesmo
fora da prefeitura ele manteria influência direta na gestão, mesmo em um
cenário de derrota para o governo”, avalia um vereador de Maceió.
Sem liga
Não
é só. O elo entre JHC e Arthur Lira já foi mais forte. Lira repostou
nos stories o vídeo de JHC e fotos com ele, declarando que os dois são
“o futuro de Alagoas”, enquanto JHC permanece sem reciprocidade.
Há
indícios de um distanciamento tático: na semana passada, no episódio de
filiação de Gunnar Nunes ao PP, movimento que teria irritado JHC, o
clima entre os dois azedou. Uma candidatura de Marina ao Senado poderia
reforçar esse afastamento, abrindo caminho para que JHC amplie seu
domínio político por meio do círculo familiar.
Nos bastidores
também se comenta a possibilidade — ainda incipiente — de João Caldas,
pai de JHC, retomar protagonismo eleitoral e concorrer a deputado
federal. Com Marina ao Senado e JHC ao governo, a família consolidaria
uma estrutura política influente em vários níveis.
Em uma disputa
em que nomes tradicionais já estão colocados, a entrada de Marina com
22% muda o ambiente e obriga adversários a repensar cenários. O tripé
“JHC-Marina-estrutura familiar” está em formação e pode influenciar
diretamente a definição das das vagas para deputado federal e para o
Senado em 2026.
