O Novembro Azul chega novamente como
marco da prevenção ao câncer de próstata e outras doenças que atingem o
público masculino. No Brasil, a estatística é preocupante: estima-se um
novo caso da doença a cada sete minutos e cerca de 16 mil mortes por
ano. O tumor é o segundo mais frequente entre os homens, ficando atrás
apenas dos cânceres de pele não melanoma.
“No Brasil, temos um
caso a cada 7 minutos e uma morte cada 40 minutos por câncer de
próstata. Em Alagoas, a projeção é de aproximadamente 960 novos casos
anuais, com concentração em Maceió, onde está a maior estrutura médica
do estado”, aponta o urologista Mário Ronalsa, referência nacional na
área. Segundo ele, o cuidado preventivo precisa se traduzir em exames,
orientação e busca ativa pelos serviços de saúde.
“Embora
não haja garantia de prevenção contra o câncer de próstata, devido a
carga genética ou hereditária, o diagnóstico precoce e os tratamentos
existentes aumentam significativamente as chances de cura. Os hábitos
saudáveis, como dieta equilibrada e exercícios físicos, diminuem o
risco”, explica o urologista.
Mário Ronalsa orienta os homens a
procurar cuidar também de outros problemas, a exemplo do câncer de
pênis, que embora tenha prevalência mais rara, pode causar mutilação do
paciente, com possíveis desdobramentos indesejados: “homens que tem o
pênis amputado enfrentam sérios problemas psicológicos”, explica.
Outros
problemas que devem ser cuidados no Novembro Azul, segundo ele, são a
incontinência urinária e a disfunção erétil: “são problemas que causam
enormes danos sociais e psicológicos ao homem e devemos aproveitar este
período para conscientizar, tratar e prevenir”, afirma.
Pioneiro
Responsável
pela implantação do programa Saúde do Homem Rural, iniciativa criada em
parceria com a Sociedade Brasileira de Urologia e o Senar em 2016, o
médico tem liderado uma estratégia inovadora que já ultrapassou 13 mil
atendimentos apenas em Alagoas. A ação nasceu de articulação nacional e,
desde então, tornou-se modelo no país.
Os mutirões incluem
palestras educativas, coleta de sangue para PSA, consultas e o exame de
toque retal. O resultado prático impressiona: após as orientações, mais
de 99% dos homens atendidos aceitam o exame físico, mesmo diante do
preconceito que ainda cerca o tema. Centenas de diagnósticos precoces
foram realizados, garantindo elevada taxa de cura e acesso rápido ao
tratamento.

Além da próstata
Durante conversa com o blog, no consultório, Mário Ronaldo reforçou que o Novembro Azul precisa abranger outras doenças que impactam a saúde masculina, como câncer de pênis, incontinência urinária, disfunção erétil e impotência. Ele lembra que a campanha surgiu na Austrália e chegou ao Brasil com forte impacto, contribuindo para ampliar a conscientização.
O especialista destaca que, apesar do componente genético, a detecção precoce continua sendo o principal fator de sucesso no tratamento. Quando o câncer é diagnosticado no início, as chances de cura ultrapassam 90%. Quando o homem adia o cuidado, o cenário se inverte: os riscos aumentam e o tratamento se torna mais complexo.
Para o urologista, o compromisso com a saúde masculina não deve se limitar ao mês de novembro. Consultas periódicas, exames de rotina e diálogo aberto com os profissionais de saúde representam o caminho mais seguro para preservar qualidade de vida. Ele enfatiza que informação, acolhimento e acesso ao atendimento são pilares para mudar o cenário nacional.
