As contratações do Banco do Nordeste (BNB) destinadas à mandiocultura em
Alagoas somaram R$ 6,5 milhões em 2025, até o mês de novembro. O volume
representa um crescimento de 41% em relação ao mesmo período de 2024,
com destaque para o Agreste alagoano, região onde está sendo executado o
Programa de Desenvolvimento Territorial (Prodeter), com foco no
fortalecimento da cadeia produtiva da mandioca.
Além do crédito, o
Prodeter tem promovido ações estruturantes, como capacitação técnica,
parcerias institucionais e melhoramento genético das cultivares. Essas
iniciativas já possibilitaram a inserção de produtores alagoanos no
mercado externo, por meio da comercialização diária de cerca de 300
toneladas de mandioca para a Cooperativa de Agricultores Familiares de
Campo do Brito, em Sergipe (Coofama). A produção é beneficiada e
transformada em farinha, posteriormente exportada para a Itália.
De
acordo com o gerente de Desenvolvimento Territorial do BNB em Alagoas,
Manoel Roberto Muniz, o aumento do crédito aliado às ações do Prodeter
tem gerado avanços significativos na atividade. “Conseguimos ampliar a
produtividade e promover o melhoramento genético das cultivares em
municípios como Arapiraca, Limoeiro de Anadia, Feira Grande e Lagoa da
Canoa, fortalecendo estruturalmente a mandiocultura”, destacou.
O
agente de desenvolvimento do BNB e responsável pelo Prodeter da
Mandiocultura do Agreste, Claudevan Silva, ressalta que, ao longo dos
últimos três anos, o Programa tem estimulado a qualificação técnica dos
produtores e a integração entre pesquisa, assistência técnica e mercado.
“O Prodeter fortalece os elos da cadeia produtiva, conecta produtores a
grandes compradores e garante contratos com preço mínimo, incentivando a
produção e assegurando matéria-prima de qualidade”, afirmou.
Entre
as ações em andamento está a implantação da Rede Nacional de
Multiplicação e Transferência de Materiais Propagativos de Mandioca
(Reniva), iniciativa do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) em
parceria com a Embrapa. Por meio do Prodeter e da Secretaria de Estado
da Agricultura (Seagri), o sistema chegou a Alagoas com capacitações
voltadas à difusão de manivas-semente com qualidade genética e
fitossanitária.
A próxima etapa prevê a criação de estufas na
Embrapa, implantação do melhoramento genético, irrigação das cultivares e
limpeza clonal do material, garantindo variedades livres de doenças e
com alta produtividade. Após testes em laboratório e campo, as manivas
serão distribuídas aos produtores, sem custo adicional, por meio do
programa estadual de sementes.
As articulações do Prodeter também
têm ampliado o acesso da produção alagoana a mercados mais exigentes.
Segundo Claudevan Silva, a parceria com a Coofama é um exemplo desse
avanço. “A organização da produção e a garantia de qualidade permitem
acessar grandes compradores e novos mercados, inclusive internacionais”,
pontuou.
O presidente da Câmara Setorial da Mandiocultura e
Derivados de Alagoas, Eloízio Lopes, afirma que o polo de Campo do Brito
reúne cerca de 200 beneficiadores que utilizam majoritariamente
mandioca produzida em Alagoas. “A mandioca alagoana tem qualidade e
escala. Em 2025, as exportações de farinha para a Itália já superaram
100 toneladas, impulsionadas pela demanda por produtos sem glúten."
Para
o BNB, o Prodeter é uma estratégia fundamental para estruturar cadeias
produtivas no estado, indo além do crédito e promovendo ações como
capacitações, estímulo ao cooperativismo, difusão de tecnologia e
inovação. “O objetivo é aumentar a competitividade das atividades
econômicas regionais, com planos de ação construídos de forma
colaborativa”, concluiu Manoel Roberto Muniz.
Setor registrou uma alta movimentação em Alagoas - Foto: Assessoria
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