Nesta terça-feira, 1º de fevereiro, o Conselho
Universitário deu continuidade à sessão ordinária iniciada na semana
passada, com o principal objetivo de debater o retorno presencial das
aulas na Universidade Federal de Alagoas (Ufal). A sessão virtual foi
transmitida pelo canal oficial no Youtube com uma audiência bastante
participativa através de manifestações no chat. Foram mais de três horas
de debate, com apresentações de estudos e planos, até chegar a uma
deliberação, que deve ser detalhada na sessão que continua na próxima
terça-feira (8).
Antes de iniciar os debates, os conselheiros
homenagearam o professor Radjalma Cavalcante, que faleceu nesta
segunda-feira (31). A conselheira Lígia Ferreira solicitou que constasse
em Ata a seguinte mensagem: “Grande lutador, líder político de postura
ética e respeitosa. Excelente professor em sala de aula e fora dela.
Tratava os/as estudantes com respeito e acreditava na construção
coletiva. Orgulho de ter sido sua graduanda e colega de trabalho em
muitos cursos e eventos científicos. Manifesto minha admiração por sua
trajetória na vida. Nesta passagem, desejo muito axé para ele e sua
família!”

Divulgação / UFAL
Para
fundamentar o debate sobre o retorno presencial, a equipe da
Pró-reitoria de Gestão de Pessoas e do Trabalho (Progep), representada
pelo pró-reitor Wellington Pereira, apresentou dados dos questionários
aplicados relativos à Instrução Normativa 01/22 do Gabinete da Reitoria,
informando quantos técnicos e docentes apresentam comorbidades e devem
continuar em atividades remotas. “Pouco mais de 7% dos docentes e 6% de
técnicos estão nessa situação. Para os técnicos que estão em trabalho
presencial, estabelecemos o rodízio e iniciamos testagens periódicas,
com o auxílio da vice-reitora, professora Eliane Cavalcanti”, informou
Wellington.
A equipe da Pró-reitoria de Graduação, (Prograd),
representada pelo pró-reitor Amauri Barros, apresentou o cenário local e
nacional, em relação à situação das demais Instituições Federais de
Ensino Superior (Ifes). “Em torno de 11 universidades devem iniciar o
segundo semestre em março e estão avaliando se farão essa retomada de
forma presencial ou não. Em relação à Ufal, temos realizado vários
componentes curriculares já de forma presencial e não chegamos a parar
totalmente em nenhum semestre, já que no momento mais agudo da pandemia,
no primeiro semestre de 2020, estabelecemos o Período Letivo
Excepcional (PLE)”, ressaltou Amauri Barros.
O professor Vladimir
Caramori, diretor do Centro de Tecnologia (Ctec), apresentou uma
síntese das ações necessárias e premissas para o retorno presencial,
elaboradas por uma comissão com representantes das Unidades Acadêmicas,
considerando a possibilidade de retorno híbrido, em função das demandas
de espaço físico que garantam ventilação e distanciamento entre os
estudantes. Mas o professor destacou também a definição tomada pelo
Ctec: “O Conselho do CTEC, reunido em 28 de janeiro, se posicionou
favorável a trabalhar o retorno presencial, mediante algumas condições
básicas, como observar ciclo vacinal e considerando protocolos de
biossegurança, com flexibilidade de acordo com o avanço dos cenários”,
ponderou o professor.
O detalhamento de ações com foco na
biossegurança foi apresentado pela professora Alessandra Leite, da
Faculdade de Medicina (Famed), com previsão de passaporte vacinal,
testagens periódicas, uso obrigatório de máscaras, de forma eficiente e
correta, e disponibilização de itens para higienização. Também foram
apresentadas as contribuições da Comissão Permanente de Avaliação (CPA),
que vem fazendo levantamentos por meio de questionários para avaliar a
situação da infecção por Covid-19 na Ufal. Os conselheiros ouviram ainda
as contribuições das entidades sindicais, como Sintufal e Adufal, que
realizaram assembleias para deliberar sobre as condições de retorno às
aulas presenciais.
Os dados e cenários informados foram debatidos
pelos conselheiros e conselheiras, que se manifestaram com uso da
palavra ou através de mensagens na sala de conferência. Uma das
mensagens foi do professor Carlos Jacinto, do Instituto de Física (IF):
“Devemos exigir o uso contínuo de máscaras, ambiente ventilado,
higienização e passaporte de vacinas. Se exigirmos mais que isso,
dificilmente retornaremos, pois o vírus continuará por muito tempo. Algo
importante é realmente falarmos sobre o orçamento da Ufal, pois temos
muitos ambientes precisando de reparos”, declarou.
A questão dos
cortes no orçamento das universidades foi uma preocupação manifestada
por vários conselheiros. O professor Gustavo Madeiro, da Faculdade de
Economia, Administração e Contabilidade (Feac), recebeu manifestações de
aprovação dos estudantes no chat ao fazer uso da palavra para colocar
que “a falta de condições orçamentárias da Universidade é uma outra
mobilização, que precisamos travar com o Governo Federal, mas não pode
ser justificativa para o não retorno. Os estudantes esperam uma proposta
concreta, Dito isso, sou a favor do retorno presencial em março com a
obrigatoriedade do passaporte vacinal”, enfatizou o professor.
Depois
de várias outras intervenções, o reitor Josealdo Tonholo, presidente da
sessão, procedeu ao regime de votação. Primeiramente, foi votado o
indicativo de retorno presencial para o início do próximo semestre
letivo, no dia 21 de março, com aprovação de 93% dos conselheiros
presentes. Em seguida, foi votada a proposta de obrigatoriedade de
apresentação do passaporte vacinal para acesso aos campi e demais
espaços pertencentes à Ufal, que foi aprovada por unanimidade. “A sessão
continua aberta e será retomada na próxima terça-feira, para
detalhamento dos planos de retomada do ensino presencial”, finalizou o
reitor.