Várias praias de Porto de Pedras, litoral Norte do
Estado, uma das cidades da Rota Ecológica, amanheceram com toneladas de
lixo nas areias. São embalagens plásticas e, principalmente, copos
descartáveis, numa quantidade “incalculável”, segundo a secretaria
municipal de Meio Ambiente Flávia Rego.
A praia mais atingida foi
a de Lajes, área boca de barra, por onde passam todas as correntes de
maré , trazendo dos oceanos para a praia todo o lixo marinho que é
tragado por elas. Mesmo com toda a vigilância do município, a situação
preocupa, diante, principalmente, das fake news que já começam a
circular por redes sociais. Recentemente o prefeito de Porto de pedras,
Henrique Vilela aderiu a aliança brasileira pela cultura oceânica,
projeto do ministério da Ciência e Tecnologia para implementação de
ações locais alinhadas às metas nacionais e globais da Década do Oceano,
com foco na promoção da cultura oceânica para o desenvolvimento
sustentável.
A secretária Flávio Rego, que acompanha de perto o
problema, conversou com pescadores e jangadeiros que relataram a
presença de correntes muito fortes na região nos últimos dias,
destruindo, inclusive, redes de pesca, também encontradas na praia e
recolhidas pela Guarda Ambiental.
“Não existe a possibilidade
dessa quantidade de copos saírem do continente. Todos estão na linha de
maré, numa prova que o material veio, sim, do oceano. Resta aos órgãos
ambientais que atuam na Costa dos Corais tentar identificar a origem”,
diz a secretária, que anunciou para esta sexta feira um grande mutirão
de limpeza, envolvendo a comunidade para limpar as praias o mais rápido
possível “e rezar para que a maré não traga outra leva”.
Em
contato com a Secretaria municipal de Turismo e Conselho Municipal de
Turismo, Flávia Rego pediu apoio a pousadeiros para a ação e anunciou
que as secretarias vão emitir uma recomendação conjunta alertando, mais
uma vez a promotores de eventos, meios de hospedagem, bares,
restaurantes e receptivos para as proibições existentes na área marinha
da Costa dos Corais.
Expedições científicas já detectaram que a
superfície oceânica contém uma grande quantidade de plástico flutuando.
Em uma avaliação inicial, estimaram um total entre 10 mil e 40 mil
toneladas. Devido à radiação solar e outros fatores físicos e químicos,
os objetos plásticos são fragmentados em partes menores, que se
decompõem muito lentamente, podendo durar centenas de anos no mar.
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