Em mais uma ação civil pública ajuizada pelo Ministério Público do Estado de Alagoas (MPAL), por meio da Promotoria de Justiça da Fazenda Pública, remanescentes de concurso são, por determinação do Supremo Tribunal Federal (STF), nomeados pelo Governo do Estado. Desta vez, a conquista contempla 533 candidatos da reserva técnica, aprovados para o cargo de soldado combatente da Polícia Militar de Alagoas no certame de 2006.
A nomeação consta no Diário Oficial do Estado,
datado de 7 de abril de 2022, assinada pelo presidente do Tribunal de
Justiça de Alagoas e governador em exercício, Klever Loureiro. Em 2018,
atendendo também a uma ação civil pública ajuizada pelo MPAL, o Tribunal
de Justiça de Alagoas (TJ/AL) determinou que o Governo do Estado
nomeasse 300 concursados da mesma reserva técnica, a convocação ocorreu
um ano após por ordem do STF. Agora, com o STF reconhecendo a
repercussão geral à tese sustentada pela 19ª Promotoria de Justiça e as
duas decisões, o número de nomeados contabiliza 833.
O Ministério
Público sustenta desde o início que , ao deixar de convocar os
concursados, o governo do Estado atropelava o princípio da eficiência do
serviço público e do dever de estado de prestação da segurança pública.
Dessa forma, a omissão do Estado, no entendimento dos promotores de
Justiça, favorecia diretamente a violência, colocando em risco a ida do
cidadão.
Em seus pedidos ao juiz da Vara da Fazenda Pública
Estadual, os promotores de Justiça Cecília Carnaúba e Jamyl Gonçalves
conclamaram que fosse reconhecida a inconstitucionalidade da omissão do
Estado de Alagoas em nomear tais integrantes do concurso público regido
pelo edital nº 003/2006/SEARHP/PM, enfatizando que o mesmo violaria o
art. 37 da Constituição Federal, além de ofender também a Lei Estadual
nº 6.420 de 15 de agosto de 2003.
Outrossim, os promotores
solicitaram que a Justiça determinasse, imediatamente, a nomeação todos
os integrantes da reserva técnica, o que ocorreu por decisão do STF na
última quinta-feira (7).
Para o MPAL não era justificável o
governo do Estado ignorar a necessidade de convocar homens e mulheres da
reserva técnica para reforçar a tropa, quando Alagoas era o estado mais
violento da federação e Maceió amargava o 5º lugar de cidade mais
violenta do mundo. Como reforço, na ação impetrada, os representantes
ministeriais destacaram os dados disponibilizados pelo ‘Mapa da
Violência 2011’ apontando que no estado 60,9% de mortes vitimando jovens
eram decorrentes de homicídios. Logo, os concursados da reserva técnica
assumindo o posto de soldado dariam suporte à ostensividade e,
consequentemente, somariam na proteção à sociedade.