O deputado Ronaldo Medeiros (PT) e o deputado
Francisco Tenório (PP) criticaram a postura de determinados delegados da
Polícia Civil que se utilizam das operações policiais para fazer
marketing pessoal e se promoverem com objetivos políticos. De acordo com
a avaliação de Medeiros, essas ações estão se tornando pirotecnias e
necessitam ser melhor observadas pela Secretaria de Segurança Pública,
tendo em vista que podem colocar a vida de pessoas em risco.
No entendimento de Medeiros, o importante dessas operações não são as
filmagens e dar destaque aos delegados. “Os delegados param no meio
dessas operações para dar entrevistas, levam pessoas para filmar todo o
evento. Não se sabe se essas pessoas são policiais ou contratadas por
esses delegados. Isso é um absurdo”, avalia o petista, em discurso
durante a sessão ordinária desta quinta-feira, 26.
Medeiros
entende que são justas as pretensões políticas de qualquer cidadão,
desde que não se bote em risco a segurança das pessoas. “Nada impede que
após a ação o delegado utilize os meios de comunicação para dar
entrevistas e narrar os acontecimentos daquela operação”, observa o
parlamentar.
Em aparte, o deputado Davi Maia (União Brasil)
disse que as falas do colega trazem uma reflexão sobre como devem ser
realizadas as investigações, os atendimentos policiais, as abordagens,
mas lhe causa estranheza o fato de Medeiros só se reportar a esse fato
no atual momento. “Eu não ouvi discursos de Vossa Excelência quando o
secretário de Segurança fazia essa mesma pirotecnia. Tinha equipe de
televisão que estava em todas as operações”, cobrou Maia.
O
deputado Francisco Tenório nomina os delegados que se utilizam desse
tipo de expediente, sob o argumento de que a categoria não poderia ser
exposta como um todo. “Eu reconheço que tem colegas meus exagerando na
exibição das ações policiais”, disse. “Nós temos três delegados que
estão com esse hábito e vou citar os nomes deles, pois o fato precisa
ser apurado. São os delegados Fábio Costa, Thiago Prado e Leonam
Pinheiro”, destacou Tenório. “O delegado que estiver usando um
cinegrafista civil está expondo a vida daquele cidadão; e se for um
policial que esteja fazendo aquelas filmagens, é desvio de função”,
completou.
Com informações da Ascom da Assembleia Legislativa de Alagoas.