Os desafios e as
oportunidades na implementação da economia verde no Brasil nortearam os
painéis da tarde deste primeiro dia do Congresso Mercado Global de
Carbono – Descarbonização & Investimentos Verdes.
No painel
sobre o setor financeiro e o fomento a projetos e ativos ambientais,
moderada pelo presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Social
(BNDES), Gustavo Montezano, os participantes lembraram dos diferenciais
do Brasil em relação a outros países quando se fala em sustentabilidade.
A
presidente do banco UBS, Sylvia Coutinho, ressaltou que “a energia
brasileira é a mais limpa do planeta” e chamou a atenção para a
“precificação” desse diferencial. Segundo ela, é possível agregar essa
energia ao produto brasileiro a um preço muito baixo. “Lá fora a questão
toda é reflorestamento, aqui é manutenção”, disse o presidente do Banco
do Brasil, Fausto Ribeiro.
O
presidente do Banco do Brasil lembrou que agricultores brasileiros são
peças-chave na preservação ambiental e que, por isso, precisam ter uma
espécie de incentivo ou compensação.
Para isso, o banco criou a
CPR-Preservação, modalidade de crédito em que o produtor monetiza a área
preservada em sua propriedade. Por exemplo: se ele precisa preservar
20% da propriedade, mas o faz em 30%, ele pode monetizar os 10% extras
que está preservando.
Tanto Ribeiro quanto o presidente do
Bradesco, Octavio de Lazari, chamaram atenção para a necessidade de
incentivar os investidores a participar desses projetos.
Atualmente
cerca de 22% da carteira de crédito dos bancos se destina a segmentos
da economia verde, o que totaliza cerca de R$ 400 bilhões.
Saneamento
No
painel sobre saneamento, a diretora do Banco Interamericano de
Desenvolvimento, Martha Seillier destacou o verdadeiro salto que o
Brasil deu no que se refere a investimentos no setor graças ao Marco do
Saneamento.
Segundo ela – que já foi secretária especial do
Programa de Parcerias de Investimento (PPI) do governo federal – houve
uma resistência inicial às mudanças, pois era um setor essencialmente
público. Mas, com alterações da legislação, o setor passou a receber
investimentos que chegam a oito vezes o valor aplicado anteriormente.
“Os leilões têm tido cada vez mais interessados'', destacou Seillier.