Manifestantes se reuniram na
manhã de hoje (28) no centro do Rio de Janeiro em um protesto
organizado pelo movimento negro e ativistas dos direitos humanos pedindo
justiça para Genivaldo dos Santos, morto em Sergipe no dia 25. O
sergipano, de 38 anos, morreu após uma abordagem de policiais
rodoviários federais. Imagens veiculadas na internet mostram a vítima
presa dentro de uma viatura esfumaçada e as suspeitas são de que a
fumaça era um gás disparado pelos policiais.
O ato foi marcado
para as 10h na Avenida Presidente Vargas, em frente ao Monumento a Zumbi
dos Palmares. Os participantes do ato também pediram o fim das chacinas
e do que classificaram de genocídio do povo negro.
Os
manifestantes levaram faixas e cartazes com dizeres como "Parem de nos
Matar" e "Vidas Negras Importam", além de uma ilustração do rosto de
Genivaldo com um pedido de justiça.
O Instituto Médico Legal
(IML) de Sergipe identificou de forma preliminar que a vítima teve como
causa da morte insuficiência aguda secundária a asfixia. A Polícia
Federal e o Ministério Público Federal (MPF) estão investigando o caso e
a PRF disse, em nota divulgada na quinta-feira (26), que está
comprometida com a apuração da ocorrência e colaborando com as
autoridades responsáveis pela investigação. os policiais rodoviários
federais envolvidos na morte de Genivaldo foram afastados pela Polícia
Rodoviária Federal.
A manifestação se manteve em frente ao
monumento e teve falas de ativistas, políticos e lideranças de
movimentos sociais e de favelas, que protestaram contra a brutalidade do
crime e a violência policial contra a população negra.
O ato
também lembrou a operação conjunta da Polícia Militar do Rio de Janeiro e
da Polícia Rodoviária Federal realizada nesta semana no Complexo da
Penha, em que houve 23 mortes. A ação foi a segunda mais letal da
história do estado.
A PM afirmou no dia da operação que as
equipes do Batalhão de Operações Especiais (Bope) e da PRF se preparavam
para uma incursão que tinha como objetivo de prender lideranças
criminosas, quando bandidos começaram a fazer disparos de armas de fogo
na parte alta da comunidade e houve confronto.
O Ministério
Público do Estado do Rio de Janeiro instaurou um Procedimento
Investigatório Criminal (PIC) para apurar as circunstâncias das mortes,
que também estão sendo investigadas pela Delegacia de Homicídios da
Capital (DHC).