No começo da tarde desta quinta-feira (20), foi divulgado o resultado dos exames de conjunção carnal e de corpo de delito realizados na criança de dois anos e seis meses, que está internada no Hospital Geral do Estado (HGE) após ser vítima de maus-tratos.
De acordo com as informações, que foi confirmada pela coordenadora de Acolhimento à Vítima e Família da Rede de Atenção às Vítimas de Violência Sexual (RAVVS), Andrea Teodósio, a criança estava bastante assustada durante a realização dos exames, e repetia constantemente as palavras "socorro e protege". Ainda segundo a coordenadora, os legistas apontaram que a criança pode ter sido ferida por queimaduras de cigarro.
"Os exames de conjunção carnal e corpo de delito já foram feitos, e os laudos devem ser encaminhados à delegacia ainda hoje [quinta-feira, 20]. A criança tinha algumas lesões que apontam queimaduras feitas por cigarro. Com relação as queimaduras maiores, verificamos que ela foi queimada em locais específicos, como o ânus. Ela não possui queimaduras no ombro ou costas, o que mostra que a água quente não foi dissipada em seu corpo de cima para baixo", disse.
Em entrevista ao TNH1, Teodósio confirmou que algumas lesões na criança foram provocadas por agressões. "Verificamos que algumas lesões foram causadas por agressões. Ela possui lesões no olho, no rosto e no corpo que apontam que ela foi vítima de agressões".
Caso
Uma
criança de apenas 2 anos e 6 meses foi atendida em uma Unidade de Pronto
Atendimento (UPA) de Maceió, com queimaduras e hematomas. Policiais
Militares da Base Comunitária do Osman Loureiro, no Clima Bom, receberam
uma denúncia de maus-tratos.
O bebê apresenta sérias
queimaduras em partes do corpo como nádegas, pernas e ânus, além de
hematomas na cabeça. Aos policiais, a mãe disse ter deixado a criança
sob os cuidados do padrasto, quando saiu para trabalhar. Ela alegou
inicialmente que a criança havia sofrido as queimaduras ao tentar pegar
uma panela em que o padrasto cozinhava.
Os médicos da UPA
avaliaram que pelas queimaduras um líquido quente pode ter sido atirado
em direção a criança. O Conselho Tutelar acionou a polícia. O caso foi
levado para a Delegacia de Crimes Contra a Criança e o Adolescente.
"Em
depoimento, após muitas versões, a mãe citou o companheiro, com quem a
criança foi deixada enquanto ela foi trabalhar", disse Arildo. Segundo
ele, possivelmente a mãe estaria com medo de denunciá-lo por
maus-tratos. Ainda de acordo com o conselheiro, os policias estiveram na
residência do casal para tentar detê-lo e ouvir o depoimento do
suspeito, mas ele não foi encontrado.
"Daqui, nós vamos levar a
criança para fazer exame de corpo de delito no IML e verificar também se
ela foi vítima de abuso sexual", disse Arildo. De acordo com ele, a
criança deve ficar sob a guarda de uma tia. "Vamos tirar a criança da
mãe neste momento e investigar se houve negligência por parte dela",
disse o conselheiro ao TNH1.