Na tarde deste sábado, 07, foi confirmada a morte
do reeducando Anderson Paixão, de 26 anos. Ele foi sem vida em uma das
celas do presídio Cyridião Durval, localizado no complexo prisional
na Cidade Universitária, parte alta de Maceió. Sua morte do jovem foi
confirmada pela Secretaria de Estado de Ressocialização e Inclusão
Social (Seris), e agora, um procedimento administrativo será aberto para
investigar as circunstâncias do assassinato.
De acordo com o
órgão, Anderson cumpria pena na unidade pela acusação de crime sexual
contra menor de idade. Ele era natural do município de Santa Luzia do
Norte, no interior alagoano, e estava recluso no presídio há mais de
quatro anos.
Os primeiros levantamentos do assassinato mostram
que Anderson Paixão teria sofrido um ataque cometido pelos próprios
companheiros de cela. O motivo do crime seria uma briga entre as esposas
deles.
A Seris destacou também que o corpo da vítima foi
localizado depois de uma "batida de rotina" dos policiais penais nesta
manhã. As polícias Judiciária e Científica foram acionadas
posteriormente para os procedimentos cabíveis.
Confira a nota da Seris:
"A
Secretaria de Ressocialização e Inclusão Social vai abrir procedimento
administrativo para apurar a morte do reeducando acusado por crime
sexual contra menor, APS de 26 anos, natural do município de Santa Luzia
do Norte, em Alagoas.
O apenado, recolhido ao sistema prisional
desde 2018, foi encontrado morto após uma batida de rotina dos policiais
penais, na manhã deste sábado, 07, no presídio masculino Cyridião
Durval e Silva, no complexo prisional, em Maceió. Ao ser constatado o
óbito, os policiais penais acionaram imediatamente as polícias
judiciária e científica.
Segundo informações fornecidas pelos
próprios presos que dividiam a cela com a vítima, e que assumiram a
autoria do crime, o fato ocorreu após desavenças entre as esposas dos
envolvidos.
Os outros presos da cela foram isolados, também respondem pelos mesmo delito, crime sexual".
Segunda
morte de reeducando em 10 dias - Dez dias atrás, um outro reeducando
foi assassinado no mesmo presídio. Identificado como C.J.S, o homem foi
encontrado morto na manhã do dia 28 de dezembro de 2022 dentro de uma
cela.
"A polícia penal, através da equipe de plantão da unidade,
realizou os primeiros procedimentos, isolou a área e os reeducandos que
dividiam a cela. A equipe de coordenação da polícia penal acionou as
polícias científica e civil. A Seris abrirá procedimento administrativo
para apurar as circunstâncias do ocorrido", disse a Seris, na ocasião,
em nota.
C.J.S. estava recolhido no sistema prisional pelos crimes de assalto a mão armada/latrocínio.
Sindicato
questiona efetivo de policiais penais - Em contato com o TNH1, o
presidente do Sindicato dos Policiais Penais de Alagoas (Sinasppen/AL),
Vitor Leite, afirmou que o número de efetivo segue baixo no presídio e
cobra melhorias no setor de segurança para evitar novas mortes.
"A
gente vem falando há um tempo que mesmo com o extra e com a chegada dos
novos policiais, o efetivo continua baixo. Antes, a gente tirava dois
plantões de 20 horas, ou seja, tinha efetivo para o dia e para a noite,
mas agora, quem quer tirar, logicamente, tira quatro extras de 10 horas
durante o dia. Então, houve um acréscimo no efetivo no turno do dia, e
uma redução no turno da noite, que só fica a equipe do período".
"Aí
são de 10 a 12 policiais para tomar conta dos presos. No caso do
Cyridião, isso é insuficiente, pois é uma média de 90 a 95 presos para
cada policial. De fato, houve uma perda de efetivo durante a noite [...]
Há falta de efetivo, de estrutura, principalmente nessa unidade. A
gente tem um presídio fechado com capacidade de 1 mil presos, onde os
reeducandos do Cyridião poderiam ser transferidos para lá, mas o estado
insiste em manter lá funcionando não sei por qual motivo", acrescentou.
Com informações de João Victor/TNH1.