O número de famílias alagoanas endividadas registrou o
menor índice dos últimos nove meses. Os dados são da Pesquisa de
Endividamento e Inadimplência de Maceió, feita pela Federação do
Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Alagoas (Fecomércio
AL). Em dezembro, após três quedas mensais consecutivas, a taxa
percentual chegou a 66% da população. No entanto, somando as pessoas
nessa condição e também as que não possuem nenhuma parcela a ser
quitada, é possível dizer que 1 em cada 5 alagoanos tem o orçamento
comprometido com contas em atraso.
Segundo o levantamento,
realizado em parceria com a Confederação Nacional do Comércio de Bens,
Serviços e Turismo (CNC), dentre os endividados, isto é, pessoas com
alguma parcela a ser quitada, 66 mil famílias possuem dívidas em atraso,
ou seja, estão inadimplentes. E, desse total, 19,7% alegam que não
conseguirão regularizar as contas no curto prazo, sequer parcialmente.
Para efeito de registro, esse montante representa 4,3% da população,
abrangendo 13 mil famílias.
No gráfico do endividamento em
Alagoas, após emplacar sete meses seguidos de alta desde a mínima
(63,2%, em fevereiro), o pico de 2022 foi registrado em setembro, quando
73,2% dos alagoanos se encontravam nessa condição. Nos três meses
seguintes, houve uma queda de quase 10%. E, só entre novembro e
dezembro, a retração foi de 4%, o que provocou uma redução também na
comparação anual, ficando 1% abaixo do patamar apontado em dezembro de
2021.
Apesar de considerar preocupante a taxa de alagoanos
inadimplentes, o assessor econômico da Fecomércio AL, Victor Hortencio,
acredita que a desaceleração percebida no ritmo de endividamento se deve
a uma combinação de fatores. “Em 2022, vimos uma interação positiva
entre a evolução otimista no mercado de trabalho, que desencadeou na
redução da taxa de desemprego, a queda da inflação e o aumento dos
valores das políticas públicas de transferência de renda”, observou.
Em
meio a esse contexto, o cartão de crédito continua sendo a principal
modalidade de uso na aquisição de dívidas. 97,4% dos alagoanos tem
alguma parcela a ser quitada no cartão de crédito. Em segundo lugar,
estão os carnês, que comprometem o orçamento de 28,4% das famílias.
Para
56,8% dos alagoanos, há entre três e seis meses de dívida a ser
regularizada. 31,3% possuem parcelas entre seis meses e um ano e 11,2%
tem mais de um ano de parcelas a serem quitadas. Dentre o número de
famílias endividadas, 92,5% estão com mais de 10% do orçamento
comprometido com alguma compra parcelada ou financiamento. Sendo que,
embora a recomendação para se manter com uma vida financeira saudável
seja não ultrapassar o limite de 30%, para esse grupo de pessoas, as
dívidas comprometem, em média, 30,6% da renda familiar.
*Com Ascom Fecomércio/AL