É inegável que o prefeito João Henrique Caldas, o JHC
(PL), fez uma boa “jogada” na compra do HC. O Hospital da Cidade só deve
começar a funcionar a partir de março do próximo ano, mas desde começa a
ser usado na mídia como uma grande ação da prefeitura – que vai colocar
em operação o primeiro hospital público da história de Maceió.
O
prefeito – embora a compra do hospital tenha sido fechado em apenas 15
dias – conseguiu fazer um bom marketing do negócio. A propaganda estava
pronta muito antes do acordo ser fechado e tudo foi calculado nos
mínimos detalhes para revelar que Maceió acaba de ganhar mais um
“gigante”.
O problema é que o barulho também atraiu a crítica dos
adversários. No mesmo dia em que anunciou a compra do hospital a um
grupo privado, JHC recebeu duras críticas, incluindo acusações do
ministro Renan Filho e do senador Renan Calheiros.
JHC preferiu, numa estratégia que faz parte de sua linha de atuação, não responder aos adversários.
Mas
nesse caso, o prefeito precisa avaliar se não é melhor “falar” do que
“calar”. Até porque algumas dúvidas são reais e foram levantadas não só
por opositores, mas também por profissionais da área de saúde (incluindo
os que trabalham no Hospital do Coração) e parte da imprensa de Alagoas
e nacional.
Veja algumas dúvidas:
– Quantos leitos, de fato tem o Hcor: 75, como diz o SUS ou 220 como disse JHC?
– O Hospital será administrado pelo Albert Einstein totalmente ou pela prefeitura com consultoria do Albert Einstein de SP?
–
O valor pago pelo negócio, de R$ 266 milhões, garante a entrega do
hospital totalmente equipado ou um dos prédios que compõe a estrutura e
construído para receber clínicas particulares e que está “oco” será
entregue tal como está?
-O valor pago pelo negócio foi definido
com base em que critérios: instalações físicas do imóvel e seus
equipamentos ou isso com inclusão no cálculo da geração de caixa, corpo
clínico e base de clientes?
São questões simples de serem
respondidas. E, JHC que é de fato um político inteligente e perspicaz
deve se antecipar. Até porque seus opositores ameaçam ir ao MP e TC. O
prefeito tem uma boa oportunidade para “falar” e “calar” seus
adversários. E que o se espera é que ele faça isso.