Os ônibus da empresa Localine, empresa que tem contrato com a Prefeitura de Maceió e responsável pelo transporte de crianças da rede municiapal de ensino, estão em situação degradante.
A reportagem esteve na garagem da empresa e observou veículos quebrados e sujos, com pneus carecas, bancos antigos. Sem ar-condicionado ou cinto de segurança, os ônibus geram riscos para os estudantes, como observado em um Atesto de Transporte, assinado por diretores das escolas de Maceió, e encaminhado como relatório à Secretaria Municipal de Educação (Semed).
De acordo com funcionários da empresa terceirizada, os ônibus que estavam na garagem passavam por manutenção. Placas com os nomes das escolas municipais estavam expostas nos para-brisas. Segundo a gestora regional da empresa, a asssessoria de imprensa irá entrar em contato para emitir um posicionamento sobre a situação dos veículos somente na segunda-feira (18).
As queixas dos professores e
dirigentes das escolas municipais vão desde o calor excessivo, alunos
viajando em pé por superlotação e até mesmo risco à integridade física.
Essas reclamações já foram reportadas à Secretaria.
Entrevistada
sob condição de anonimato, a responsável de uma das escolas municipais
informou que a situação é comum para todas as unidades de ensino. “Todas
sofrem com isso, com superlotação e a estrutura deles, que não tem como
defender, é muito ruim mesmo”.
Na última quinta-feira (14) um
dos ônibus da empresa, que atende a Escola Municipal Corintho da Paz
quebrou e não conseguiu levar os estudantes para suas respectivas
residências. A responsável, que também não quis se identificar por medo
de represálias da Semed, comentou, em áudio encaminhado à reportagem, a
situação enfrentada por gestores e estudantes.
“Para sair da
escola, hoje eu tive que ligar para Deus e o mundo na SEMED, depois de
um mês de processo aberto. Hoje o processo ainda não estava liberado.
Não chegou nem perto do gabinete do transporte, setor transporte.”
A
Escola Municipal Corintho da Paz atende mais de 120 crianças e teve um
dos ônibus desviados da rota, para outra escola. A responsável diz que
não foi avisada da mudança: “Eles pegaram o nosso ônibus e já mandaram
para outra escola, não sei onde bexiga. Aí para a gente diminuiu dois
ônibus. Eu fui com 120 meninos e ainda aconteceu uma tragédia dessa [a
quebra do veículo].” e exclamou “Fiquei revoltada.”