Pessoas com asma, rinite, sinusite e com histórico de doenças respiratórias devem redobrar os cuidados preventivos - Foto: Ascom HGE
Tem gente que basta o tempo mudar para o nariz começar a congestionar. O
médico pneumologista Luiz Cláudio Bastos, do Hospital Geral do Estado
(HGE), em Maceió, explica que os cuidados devem ser maiores em pessoas
com asma, rinite e sinusite. É que essas pessoas estão mais suscetíveis a
desenvolver quadros mais desconfortáveis e doenças mais graves, como a
pneumonia e a bronquiolite.
Mas os cuidados não se reservam a
essa parcela da população. Pelo contrário, medidas preveníveis devem ser
adotadas por todos, de todas as idades, como manter as portas e janelas
abertas sempre que possível para permitir a circulação de ar e reduzir o
mofo; evitar locais com aglomeração de pessoas; eliminar o contato com
agentes que enfraqueçam a saúde; não se expor a mudanças bruscas de
temperatura; e manter as vacinas e as consultas médicas em dia.
“A
imunização é uma importante estratégia e já está em ação a Campanha de
Vacinação contra a Influenza. É importante que crianças de seis meses a
seis anos (até nove anos se for indígena), idosos, gestantes,
trabalhadores da saúde, puérperas, professores, pessoas em situação de
rua, portadores de doenças crônicas não transmissíveis e outras
condições clínicas especiais, pessoas com deficiência permanente,
caminhoneiros, trabalhadores do transporte rodoviário coletivo e
portuários, funcionários do sistema de privação de liberdade, população
privada de liberdade (incluindo adolescentes e jovens sob medidas
socioeducativas entre 12 e 21 anos) e profissionais das forças de
segurança, de salvamento e das Forças Armadas não deixem de comparecer
aos pontos de vacinação com o seu documento oficial com foto e cartão de
vacina”, recomendou o médico.
Existem vários tipos de problemas
respiratórios que podem afetar as vias aéreas superiores (nariz,
garganta) e inferiores (brônquios, pulmões) durante esse período. Alguns
dos problemas respiratórios mais comuns incluem o resfriado (infecção
viral que afeta principalmente o nariz e a garganta), a gripe (infecção
respiratória viral) e a asma (condição crônica em que as vias
respiratórias ficam inflamadas, estreitando-se e causando dificuldades
respiratórias).
“Também tem a DPOC [Doença Pulmonar Obstrutiva
Crônica], que é um grupo de doenças pulmonares progressivas, incluindo
enfisema e bronquite crônica, frequentemente associadas ao tabagismo; a
bronquite aguda, que é uma inflamação dos brônquios, geralmente causada
por infecções virais ou bacterianas; a pneumonia, que é a infecção dos
pulmões geralmente causada por bactérias, vírus ou fungos; e não
esquecer que a tuberculose pulmonar tão presente no nosso meio, pode
simular uma gripe mais forte, pois se arrasta por mais de 20 dias sem
melhora com uso de vários medicamentos, sendo também uma infecção
provocada por uma bactéria”, pontuou o especialista.
O
especialista reforça que todo problema respiratório deve ser tratado com
seriedade e cuidados devidos. Pessoas com histórico de doenças
respiratórias devem ter acompanhamento regular do pneumologista. Se o
desconforto respiratório evoluir para falta de ar ou qualquer outro
sintoma mais preocupante, a busca pelo atendimento de emergência deve
ser imediata. Nunca é tarde para lembrar sobre o uso das vacinas, o uso
de máscara em ambientes fechados e lavar as mãos com frequência.
“É
importante que as pessoas não se automediquem com frequência, tampouco
busquem somente alternativas caseiras, principalmente em crianças e
idosos. Se há cansaço, falta de ar progressivo ou os dois sintomas
simultaneamente, então é necessário investigar com a ajuda de exames de
imagem e laboratoriais. Se necessário, o paciente pode ser internado
para iniciar um antibiótico e fazer uso de cateter de oxigênio. Sem
negligência, o tratamento pode ser iniciado com mais rapidez, evitando
complicações e sequelas”, explicou Luiz Cláudio Bastos.
Pessoas
com sintomas de doenças respiratórias podem buscar os cuidados em
Unidades Básicas de Saúde (UBSs), geridas pelas Secretarias Municipais
de Saúde (SMSs). Quando os sintomas se agravam, o atendimento de
Urgência e Emergência pode ser encontrado nas Unidades de Pronto
Atendimento (UPAs), Unidades Mistas, Hospitais Regionais, Ambulatórios
24 Horas e Centros de Especialidades. Em quadros mais críticos, a
Central de Regulação de Leitos da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau)
viabiliza a transferência para um local que oferece assistência de maior
complexidade.