Maceió e AL excluem mais velhos da Educação - Foto: Edivaldo Júnior
Ninguém pode falar de ninguém, pelo menos do ponto de vista da
crítica política. Todos os grupos são responsáveis por manter o Estado e
vários dos seus municípios como “campeões” de analfabetismo no Brasil.
Maceió,
por exemplo, é a campeã de analfabetismo entre as grandes cidades
brasileiras. Alagoas também possui dois municípios entre os cinco piores
em taxa de analfabetismo, na faixa de 10 mil a 50 mil habitantes, em
ranking do IBGE: Estrela de Alagoas (34,2%) e Traipu (32,7%). Na faixa
de 500 mil habitantes ou mais, Maceió ocupa o último lugar com 8,4% de
sua população analfabeta.
Alagoas avança rapidamente, mas ainda
tem a pior taxa de alfabetização do país, de acordo com dados do IBGE
divulgados na sexta-feira passada (17/05). Os dados dos últimos censos
revelam uma evolução impressionante: em 1991, o índice de analfabetismo
no Estado era gritante: 45,32%. Em 2000, houve um avanço para 31,91%; em
2010, outro grande salto, para 24,32%. No censo de 2022, Alagoas
reduziu o analfabetismo para 17,66% (considerando a população com 15
anos ou mais). Ainda assim, é o pior índice do país.
Desta vez,
Alagoas praticamente empatou com o Piauí, que teve taxa de analfabetismo
de 17,2%, e se aproximou de outros estados nordestinos. Tudo indica
que, no próximo censo, daqui a mais seis anos, Alagoas pode sair da
lanterninha. Mas, certamente, se isso acontecer, será apenas graças aos
mais jovens.
Em Alagoas, a política de Educação avança, como
mostra o IBGE; no entanto, a população mais velha está sendo esquecida,
relegada, abandonada quando se trata de educação. Literalmente. Para se
ter ideia, de acordo com o IBGE, o índice de alfabetização dos mais
jovens em Alagoas tem números semelhantes aos estados mais desenvolvidos
do Brasil. Os mais velhos estão parados no tempo quando se trata de
alfabetização.
De acordo com os dados do IBGE, na faixa da
população entre 15 e 19 anos, a alfabetização avançou para 96,83% em
Alagoas. O índice permanece alto nas duas faixas seguintes: 20 a 24 anos
(96,07%) e 25 a 34 anos (94,28%), mas cai abruptamente nas demais
faixas, chegando a apenas 48,05% na população com mais de 75 anos.
O
“trem” da Educação de Alagoas avança na alfabetização, mas só leva
passageiros jovens. Um problema que pode e deve ser corrigido pelas
autoridades, políticos, técnicos e gestores. Esse desafio é para todos,
especialmente para mais de 426 mil alagoanos que não sabem ler nem
escrever num planeta em que a inteligência artificial começa a se tornar
algo tão comum quanto usar o celular.
Veja a taxa de alfabetização em Alagoas por faixa etária:
- Total: 82,34%
- 15 a 19 anos: 96,83%
- 20 a 24 anos: 96,07%
- 25 a 34 anos: 94,28%
- 35 a 44 anos: 85,72%
- 45 a 54 anos: 76,14%
- 55 a 64 anos: 67,45%
- 65 anos ou mais: 54,41%
- 75 anos ou mais: 48,05%
- 80 anos ou mais: 47,21%

Edivaldo Júnior
