
Comerciantes do Mercado da Produção, no bairro da Levada, em Maceió, enfrentam problemas crônicos há bastante tempo, mas criaram esperanças e expectativas a partir do anúncio de uma reforma completa no local, feita em 2022, pelo prefeito de Maceió, JHC (PL), o que até hoje não aconteceu.
Com constantes alagamentos, falta de estrutura e saneamento básico,
os feirantes continuam à espera do cumprimento das promessas feitas pela
gestão municipal.
O Jornal de Alagoas esteve mais uma vez no local,
mais de um mês da última visita, e até então, nenhuma ação concreta foi
tomada. À época, o cenário era o mesmo: abandono, com porcos vagando
pelas dependências de um dos principais centros de comercialização de
alimentos da cidade e os trabalhadores desenvolvendo suas atividades
em com condições insalubres.
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As
marisqueiras, em particular, sofrem com uma proposta que ficou pelo
caminho. Elas vendiam os pescados na área coberta do Mercado, mas foram
realocadas para uma tenda de plástico na área externa. A promessa,
segundo elas, era de que voltassem em 30 dias, após reformas
pontuais, mas 9 meses se passaram e nada foi feito. Uma das
trabalhadoras, Lenilda, conta que elas não têm estrutura para atender os
clientes com dignidade.
“A gente foi relocado pra aqui e pediu
25 dias e a gente deu 30, aí já vai 9 meses. Vai fazer e nós estamos
aqui. Aqui abandonado debaixo de uma tenda, no maior sofrimento, na
maior imundice”, lamenta ela.
Em 2022, o prefeito JHC publicou no
seu X, que o Mercado da Produção ganharia uma reforma completa. Dois
anos depois, JHC voltou a falar sobre a reforma e disse que o projeto
ainda está inacabado.
“A nossa proposta é reformar todos os mercados da cidade, inclusive o mercado da produção, que é um projeto mais complexo e que a gente está terminando”, declarou JHC à imprensa em maio de 2024.
“Fizemos
toda a parte de projeto arquitetônico, a parte de sondagem, mas pelas
características de solo da região, a gente precisa aprofundar e ter um
bom projeto para evitar que novos alagamentos ocorram naquela região e,
só então, licitar e efetivamente iniciar as obras”, acrescentou o
prefeito, sem dar previsão de quando o projeto seria finalizado.
A sensação de abandono é sentida por quase todos os comerciantes e
pedem uma resposta efetiva do poder público. "Gostaríamos que o prefeito
olhasse mais por nós. Só isso que pedimos", apela a Lenilda.
Agora
no período chuvoso, as marisqueiras reclamam da falta de estrutura que
as marisqueiras enfrentam, por ter apenas uma tenda para se proteger,
clientes ficam impedidos de ir ao local e consequentemente, o movimento
cai.
"Os clientes evitam vir ao mercado por causa da água nas
pernas. Nosso sustento depende do movimento aqui, e quando chove, a
situação fica insustentável." relata.
Apesar das dificuldades, os comerciantes mantêm a esperança de que um dia as promessas se concretizem e que o mercado se transforme em um lugar digno de se trabalhar.
O comerciante Sandro, açougueiro e trabalha no local há mais de 30 anos, diz que o mercado é o mesmo desde a sua construção.
"Esperamos, há mais de 20 anos a gente espera [a reforma], mas até lá continuaremos a fazer nosso melhor com o que temos”, salienta o comerciante.https://twitter.com/jhcdopovo/status/1547648352463884290?ref_src=twsrc%5Etfw%7Ctwcamp%5Etweetembed%7Ctwterm%5E1547648352463884290%7Ctwgr%5Ebc3208e4a25ac6aa528a7996a0fc533160e7a8aa%7Ctwcon%5Es1_c10&ref_url=https%3A%2F%2Fwww.jornaldealagoas.com.br%2Fpolitica%2F2024%2F07%2F24%2F12637-prometida-por-jhc-ha-dois-anos-reforma-do-mercado-da-producao-nao-sai-do-papel